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Não queria imitar Vaz de Sousa; não mancharia, com uma inapagável mácula, a santidade daquele lar; não toldaria a pacificação daquela morada em que se agasalhavam sentimentos perfeitos abençoados por uma inocência angélica; não conturbaria a limpidez da sua afectividade fraterna com um punhado de lama e de vileza.

Decerto, mudou cem vezes o valor d'estes termos, que teem uma historia tão complicada e tão longa como a da propria sciencia mental; decerto, a Verrücktheit d'hoje não é o delirio estereotypado dos cerebros enfraquecidos, descripto por Griesinger, como o Wahnsinn não é o delirio exaltado e optimista de que o mesmo auctor traçou um quadro clinico inteiramente analogo ao da monomania intellectual de Esquirol; mas sempre, desde Griesinger até Westphal, os dois termos conservaram, através de todas as vicissitudes, um vestigio inapagavel dos primitivos significados.

Ao contrario, tudo me parece melancholico, monotono, quasi hostil, porque recebo as impressões externas atravez dos meus sentimentos e estes concentram-se nas amaríssimas dôres excitadas pela inapagavel recordação da morte de minha mãe!

Eram, no grande seculo classico, Pascal, Racine e Molière; eram, na soberba Renascença franceza, Rabelais e Montaigne; eram depois, n'esse seculo XVIII hoje tão calumniado, mas sempre tão grande, e que tão indomitas energias acordara na alma do homem, Rousseau com a sua morbida sensibilidade de ambicioso e de revoltado, que nós hoje comprehendemos tão bem; era Voltaire, a ironia hoje desdenhada, mas que tão benefica acção exerceu na treva do espirito humano; era Diderot, o profundo precursor de todas as modernas theorias criticas, o homem que no seu tempo moveu maior numero de idéas novas e suggestivas; era a pleiade formidavel e fascinante da Revolução, a que na minha mocidade me dera sensações de tão absoluto assombro, a que, desde Turgot e Mirabeau até Robespierre, refizera em novos moldes o mundo moral e o mundo politico; era, na cumiada mais alta e mais luminosa da montanha da Historia, essa grande figura immortal, o Alexandre do seculo XIX, o heroe de Homero, o phrenetico conquistador, que empobreceu talvez a França, que dizimou as populações e crucificou as mães e as noivas, que sangrou do seu melhor sangue as nações e as raças, mas que imprimiu na sua patria o cunho epico, inapagavel, inolvidavel, com que ella ainda hoje espanta e assombra o espirito dos estrangeiros!

Tão nitida, que pouco antes d'ella ser julgada nos conselhos de guerra, como em outro logar referimos, o manifesto dos emigrados portuguezes residentes em Madrid soltava este grito de esperança, desferido com tanto enthusiasmo como se o illuminasse um clarão inapagavel de victoria: «...Nós, orgulhosos, obscuros, altivos e humildes, porque cuspimos nos homens indignos e imploramos a Deus justiceiro, entendemos que bate o minuto em que urge gritar a um povo honrado, a um povo valente que não póde ser mais: que não hade ser ainda; que é inevitavel, que é irremediavel que é necessario, immediata e incontrariadamente, cavar fundo, rasgar immenso, despedaçar largo, destruir vasto, , , agora, agora, de maneira que a incomparavel vergonha se envergonhe, esta incomparavel, esta inverosimil, esta unica e extraordinaria hediondez de que uma nação inteira continue, inerte, tranquilla e triturada, sob as patadas obscenas d'uma canalha que ella abomina muito menos do que ella despreza.

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