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Á noite, com a cabeça deitada sobre a brancura virginal do travesseiro, a noviça suspirava e sorria, acalentada n'um sônho de creança! Ora vejam! Estava de , sobre o banco da cêrca, espreitando o ninho da magnolia. Os passarinhos implumes abriam soffregos o bico para receberem da mãe o alimento.

A graça das creanças consiste na plena expansão da sua vitalidade; o luxo d'ellas está no doce aroma de infancia que de si exhalam, e que falla de aceio, de pureza, de carinho materno, que revela aos que sabem ver as matinaes e frescas alegrias do banho, as risadas crystallinas como perolas que se desfiam, os gritinhos infantis, as fugidas subitas, todo esse poema, que ninguem traduz, de um bando de pequeninos corpos, feitos de leite e rosas, com cabelleiras louras por aureola, que uns braços amorosos amparam, susteem, acariciam, em quanto que um sorriso meigo e pensativo illumina em clarões de limpidez ideal, uma bocca que sabe abençoar, uns olhos de mãe, que nunca desamparam nem desfitam o tepido ninho das suas doces aves implumes.

Mal que chega o inverno, gelam-se as aguas, morrem de frio os passarinhos implumes nos pobres ninhos devastados pela procella, a neve mata as flôres, embacia-se o clarão da lua, desmaia a luz e affrouxa o almo calor do sol, não ha perfumes nem galas, e ai de quem intentasse dançar nos ares quando o graniso cae! Coitados dos pobres duendes! Coitadas das gentís fadas!

Chamae-as, e perguntae-lhes quem alli as deixou, flôres no esterquilinio, passarinhos implumes entre abutres esfaimados, anjos manchando as azas na sujidade das calçadas. Responder-vos-hão: Nossas mães e nossos paes. Ides vosso caminho, alegre, tranquillo, olhando em redor, vendo prepassar trens sumptuosos, soberbos cavallos, mulheres elegantes, homens felizes e descuidósos.

Sobre as piscinas de marmore debruçam-se as avesinhas artificiaes pobres avesinhas implumes feitas de pedra e de calcareo. Estremecem docemente os cortinados da janella. Os peitos arfam de cançados; e na parede o papel, como que exhala uns mysteriosos e prolongados calores. Quer v. ex.^a conceder-me esta valsa? diz um cavalheiro, offerecendo o braço a uma gentil dama de vinte annos.

As creancinhas são os anjos que pintam os quadros da vida intima com côres e instincto do céo. Quem quer dizer «suprema e indisivel felicidade» não tem mais que pôr: «eram dois paes amando-se muito com sete filhinhos entre elles a beijarem-n'os, a beijarem-se, e a chilrearem como avesinhas implumes em volta do ninho que lhes o aconchego da plumagem e do cibo

Como avesinhas implumes Enjeitadas nos seus ninhos, Deixa a sorte os pobresinhos, Sem lar, sem pão, sem carinhos De maternal coração. Escutando os seus queixumes, Compassiva a Providencia, Volve os olhos á innocencia, E em sua eterna clemencia Da-lhes lar, ensino, e pão.

Oh tortura engenhosa! Tortura realmente chineza! Não podia levar á bocca um pedaço de pão sem imaginar immediatamente o bando faminto de criancinhas, a descendencia de Ti-Chin-Fú, penando, como passarinhos implumes que abrem debalde o bico e piam em ninho abandonado; se me abafava no meu paletot era logo a visão de desgraçadas senhoras, mimosas outr'ora de tepido conforto chinez, hoje rôxas de frio, sob andrajos de velhas sêdas, por uma manhã de neve; o tecto d'ébano do meu palacete lembrava-me a familia do Mandarim, dormindo á beira dos canaes, farejada pelos cães; e o meu coupé bem forrado fazia-me arripiar á idéa das longas caminhadas errantes, por estradas encharcadas, sob um duro inverno asiatico.

Aproximando-nos mais, pareceu-me ver ninhos nos ramos e avesinhas abrindo de vez em quando, as azas e o bico como fazem os implumes ao approximar-se a mãe trasendo-lhes de comer.