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Ao cabo de demoradas cogitações, aproximou-se duma janela e olhou para fóra. A manhã corria serenamente, iluminada por um fulvo sol de inverno que caía do alto sôbre a cidade como o pólen duma imensa flor de ouro. Na rua, curvada sôbre a carga do seu gigo cheio de hortaliças frescas, passava uma mulher lançando nos ares um pregão vibrante, com a saia rôta embrulhando-se-lhe nas pernas.

No Infinito mudo tua ingenua crença, Tremula ceguinha de risonho alvor, Eil-a andando, andando, como que suspensa, Pelos descampados d'uma noite imensa, Vastidões d'assombros, amplidões d'horror!... E onde a aguia, o genio de pupila ovante, Tem vertigens, auras, desfalece e cae, A ceguinha debil, vagabunda, errante, D'olhos ás escuras. Infinito adiante, N'um enlevo aereo perpassando vae!...

Tocava o sol o ocaso, e o Silveira como que via agora, de roda de si, a uma outra luz, os homens e as coisas, cujos contornos se debuxavam numa agonia de tôda a sua vida exterior, acendidos em tons violentos num esfumaçado fundo de tristeza. Encarou numa instintiva interrogação o céu e surpreendeu, no seu desdobramento esfusiante, êsse maravilhoso e deslumbrante scenário cuja amplidão magnificente tanto lhe haviam encarecido. Era com efeito uma imensa, uma transcendente e apoteótica sarabanda de luz, que mais que aos olhos lhe falava

A meio da jornada devíamos mudar de combóio nessa estação, que tem um nome sonoro em ola e um tam suave e cândido jardim de roseiras brancas. Era domingo de imensa poeira e sol e encontrámos , enchendo a plata-forma estreita, todo um povaréu festivo que vinha da romaria de S. Gregório da Serra.

Ó minha , inutil mocidade Trazes-me embriagada, entontecida!... Duns beijos que me déste, noutra vida, Trago em meus lábios rôxos, a saudade!... Eu não gosto do sol, eu tenho medo Que me leiam nos olhos o segrêdo De não amar ninguem, de ser assim! Gosto da Noite imensa, triste, preta, Como esta extranha e doida borboleta Que eu sinto sempre a voltejar em mim!... *Sem remédio* SEM REM

Leu, apavorado, estas palavras sombrias, gravadas numa letra firme: «Nuno: Vou matar-me, em plena consciência, e foi justamente para isso que deixei a tua companhia, a tua afeição, a tua nobre e grande alma. Nem a paz, a consolação imensa do teu lar tam belo, puderam reter-me por mais tempo num mundo em que sou um intruso. Não posso viver mais.

Livre, pelo momento, de preocupações sôbre o futuro e assediado por todo um mundo de sons, aspectos, côres, idéas e coisas novas, todo o seu encanto de viver se resumia na hora presente, e a alma dilatava-se-lhe num voluptuoso apaziguamento sem têrmo, como essa lisa toalha imensa de mar, sem perfídias e sem cóleras. A corneta chamara para o primeiro almôço.

80 "Mas não foi, da esperança grande e imensa Que nesta terra houvemos, limpa e pura A alegria; mas logo a recompensa A Ramnúsia com nova desventura. Assim no céu sereno se dispensa: Com esta condição pesada e dura Nascemos: o pesar terá firmeza, Mas o bem logo muda a natureza.

Seguia o Silveira desta hora doce e imensa a magia incomparável, quando sentiu um toque familiar no ombro, que o fez estremecer. Era o pomposo Norberto Mackenna, que com um gesto alto e desdenhoso: Então, que faz aqui assim, tam , meu caro?... Admirando o pôr do sol, não é verdade?

E neste apaziguamento sem termo, na absoluta desolação desta soledade infinita, a monotonia sem fim da pampa alastrava como uma imensa mortalha, era um mar morto num país de olvido.

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