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A imagem, formosa sempre, e sempre sympathica de Magdalena, estava, apesar de tudo, interposta entre os dous, a separal-os, a affastal-os, a lançal-os, sem mesmo ella o pensar, em uma lucta tremenda, que devia necessariamente terminar muito mal para um d'elles, pelo menos.

Deus não dispara a setta envenenada Á pombinha que aos ares despedira Com mão traidora e vil. Imagem sua, Deus não volve ao nada, Não aniquila a flôr que ao chão cahira d'esse eterno abril.

Luiz da Cunha, em casa de seu pae, chegou ao extremo de não ter umas botas, e de pedil-as emprestadas ao seu criado para ceder a um impulso, que o fazia correr sem destino. Chegaram-lhe as horas da profunda reconcentração. N'essas, a imagem de Assucena era uma braza de fogo sobre a chaga. O algoz não podia comportar a reminiscencia da victima. Recordal-a não era compadecer-se.

Commoveu-me tanto o aspecto passageiro d'essa grande angustia, d'essa dôr suprema n'aquella formosa mulher ha poucos dias ainda tão patentemente feliz, radiosa, intemerata, que eu daria n'esse momento a minha vida inteira, para a não vêr assim dobrada na lama de uma rua escura e deserta, pelo que ha mais violento, mais voluntario, mais hostil, mais implacavelmente humano: a desgraça... Ella, a viva imagem da delicadeza e do mimo, expressão suprema da belleza, do dominio, da omnipotencia terreal, via-a de repente succumbir envolvida pela serpente cuja cabeça eu imaginava segura pelo seu sobre um crescente de lua!

Pelo Natal, ao terminar a missa da festa, toma do altar a ingenua e rosada imagem de um pequeno Jesus rechonchudo, de refeguinhos nos artelhos e nos pulsos, e ao som da gaita de folle, passeia-o sob um chuveiro de beijos humidos e repenicados por entre as broas de pão podre, os cabazes d'ovos e os casaes de capões, que atravancam a passagem por entre os fieis ajoelhados na nave.

Também elas, imagem da nossa alma, naquela tão minguada vida que as anima, chorariam ilusões de liberdade e em desengano igual aos que sofremos, pensando haver nascido para expandir-se e seguirem erradias seus caprichos na luz de mansas águas transparentes, também elas sentiriam afinal um cativeiro na dureza das hastes que as amparam e enquanto lhes são arrimo as sujeitaram

Quão triste cogitar em mim desperta A imagem cara! Á noite, o bom do velho As bençams paternaes de Deus co' as bençams Sobre minha cabeça derramava, E ao começar o dia; e ellas desciam A um coração exempto de remorsos Onde encontravam filial piedade. E agora?

Outras vezes rugia sobre o mar a tormenta, rasgavam-se de instante a instante em listrões de fogo os fluctuantes crepes do ceu, o ribombar do trovão vinha rolando montanha abaixo em echos entrecortados, o gigante de pedra, em cujo dorso se entremostrou radiosa de nimbos mysteriosos, em remotos tempos, a imagem de Nossa Senhora, ao mercador Haildebrant, cuja embarcação, contrastada dos ventos, dobrára o cabo de Espichel, o gigante de pedra, minado pelo oceano, cingia contra o seu peito robusto a Cruz da Redempção, e com ella cobria as caladas ermidas dos solitarios arrabidos a essa hora prostrados em meditação piedosa...

Ó tristeza do mundo em tardes outomnaes! Longinqua dôr beijando-nos o rôsto... Crepusculo esfumado em intimo desgôsto, Bôca da noite acêsa em frios ais... Aparição soturna, vaga imagem Do mêdo e do misterio... Que solidão escura na paisagem! Tem phantasmas e cruzes, Tem ciprestes ao vento e moribundas luzes, Como se fosse um grande cemiterio.

Suspira o vento no alamo frondoso; As aves soltam matutino canto; Late o lebreu na encosta, e o mar sussurra Nos rochedos da concava bahia: Eis o ruido de ermo! Ao longe o negro, Insondado oceano, e o ceu ceruleo Se abraçam no horizonte: immensa imagem Da eternidade e do infinito, salve! Oh, como surge magestosa e bella, Com viço da creação, a naturesa, No solitario valle!