United States or Central African Republic ? Vote for the TOP Country of the Week !


Por meyo deſtes horridos parigos Deſtes trabalhos graues & temores, Alcanção os que ſam de fama amigos As honras immortais, & graos mayores: Não encoſtados ſempre nos antigos Troncos nobres de ſeus anteceſſores, Não nos leitos dourados, entre os finos Animais de Moſcouia Zebellinos.

Forão d'outra materia, que não somos? Forão d'outro talento, que não tenhas? Quem da convulsa natureza, opressa Falsêa em parte os horridos embates, He sobranceiro á morte em gloria firme: Se tu com ella nos degráos luzentes, Librado sobre os extasis divinos, Nectar libaste na Apollinea Mêza; Porque tremes das soffregas voragens, Em que se abysma a Natureza toda?

E por entre estes horridos penedos A quem negou Natura o claro dia, Entre tormentos asperos e medos, Com a trémula voz, cansada e fria, Celebrarei o gesto claro e puro, Que nunca perderei da phantasia. O Musico de Thracia, ja seguro De perder sua Eurydice, tangendo Me ajudará ferindo o ar escuro.

Mas ah! cobra valor; constancia, Amigo: Esforçada razão represe as mágoas, Que a horrenda fantasia, nebulosa Avulta em quadros, em que tudo he negro. Se ella brilho, se a existencia affaga, Debuchando na idéa deleitosa Glorias, prazeres, jubilos, encantos; Tambem nos males nos accurva a mente Com duplicados, horridos pavores.

E dizendo isto, cáiam mil e tantos Coriscos logo, serpenteando os ares, Que te acabem entre horridos espantos. Eis, clamarás então: santos altares, Valei, valei! porém mal acabando, Tornado em cinzas te verão ficares. Oh! quanto os teus, teus males alegrando Correndo logo em turba, o cofre abrindo, Vejo as mãos para os céos alevantando!

Passou por uns hórridos eclipses de entendimento, que apoz si deixam lagrimas tardias e vergonhas insanaveis? Amisere-se, pois, d'aquelles lucidissimos espiritos de Calisto, que por um se vão apagando ao ventar rijo da paixão, quaes se apagam em céo de bronze as estrellas do mar alto, quando o naufrago desesperançado finca os dedos recurvos na espuma das vagas.

Horridas sombras, horridos vapores, Que enlutais estes ares carregados Por onde vão fogindo os meus clamores; Sinistras Aves, que funestos brados Espalhais de Cyprestes luctuosos, Pela negra Tristeza bafejados; A vós consagro os prantos dolorosos, Que meus olhos derramão contra a dura, Antiga ley dos Fados poderosos;

Trombetas se ouvem, rufos de tambores, Hórridos sons de barbara corneta, Sussurrar de bandeiras fluctuantes, Relinchar de corseis, tropear de turmas, E o retinir das armas, e o alarido: "Ei-los vem! ei-los vem!"

Tu ſo de todos quantos queima Apolo, Nos recebes em paz do Mar profundo Em ti, dos ventos horridos de Eolo, Refugio achamos bom, fido, & jocundo. Em quanto apacentar o largo Polo, As Eſtrellas, & o Sol der lume ao Mundo, Onde quer que eu viuer, com fama & gloria, Viuirão teus louuores em memoria.

Transpõe-n'os; que, elevando-te, Por cada um d'aquelles, Milhões e milhões d'elles Verás alumiando-te. Ávante pois, acima Dos soes d'uma luz tremula; Alma dos anjos emula! Deus o teu vôo anima. Que vês? Um vacuo eterno. E n'elle? Foge. O horror fascina-me. São reprobos que exhalam Horridos ais que abalam O inferno: oh Deus! anima-me. Escuta-os. Escutemol-os.