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Com grande satisfação recebérão, todos os Portuguezes, assas Cinceros, e prudentes, as trovas de Gonçallo Annes Bandarra, impressas em Barcellona em 1809 sobre a edìção de Nantes de 1644. Juntandose, a esta edição outras, trovas que nunca se tinhão impreço pella defficuldade que havia de se naõ acharem.

Foi por todos geralmente consentido na proposição do doutor, e aprovaram sem contradição o Infante D. Pedro haver de reger, de que se fez um accordo que testemunharam quatro notairos que a todo eram presentes, Lopo Affonso e Ruy Galvão, e Martim Gil, e Gonçallo Botelho, officiaes da camara e fazenda de El-Rei.

O conde d'Ourem com a gente de Lisboa se aposentou dentro na villa, e os Infantes fóra em torno do castello, onde em chegando fizeram publico alardo com toda a gente, em que se acharam doze mil homens de peleja com muita artilharia, que logo foi assentada em ordenança de combate, de que os mais do castello tomáram grande desmaio; e porém ante d'algum cometimento, o Regente mandou outra vez por o dito Vasco Martinz requerer Gonçallo da Silveira que entregasse o castello e se tornasse para El-Rei que lhe faria muita mercê, e serviria seu officio d'escrivão da Puridade como o fôra seu pae, e que seu irmão seria acrecentado com outras abastanças e razões, de que Gonçalo da Silveira algum tanto vencido com prazer dos Infantes, tomou assento que o não combatessem por X dias, dentro dos quaes se a Rainha depois de ser requerida por elle, lhe não desse soccorro e ajuda com que bem se podessem defender que elle entregaria a fortaleza, e que se lh'o desse, que elle aquelle trabalho e outro maior soffreria até, morrer por seu serviço.

E alli um escudeiro que se dizia Gonçallo Pires, criado de Gonçalo Vaz Pinto, trouxe ao Principe a bandeira real d'El-Rei D. Affonso, que por força e como homem de bom coração a tomou a um Souto-Mayor, castelhano, que a levava, e o prendeu sobre sua menagem, a qual não foi aquelle dia tomada das mãos de Duarte d'Almeida, alferes pequeno, até que lh'as primeiro não deceparam com outras infindas feridas, que no rosto e em todo o corpo houve, de que escapou.

N'esta peleja usou Martim de Tavora de uma clara e verdadeira fidalguia; porque vendo n'ella entre os mouros Gonçallo Vaz Coutinho seu imigo capital, e sem alguma esperança de vida, lhe foi socorrer, e com muito esforço e mais bondade, e com grande risco de sua pessoa como a um irmão o livrou e tirou de poder dos mouros, e d'hi em diante ficaram em sua imizade mortal.

E a segunda batalha de menos gente, e porém cortezã e mui limpa foi a do Principe, que com sua bandeira se pôs affastado á mão esquerda d'El-Rei seu padre, um grande pedaço ao encontro de duas grandes batalhas que contra a sua vinham ordenadas, e porque o Principe foi aconselhado que tambem mandasse repartir a sua em outras duas batalhas, mandou logo apartar de si contra o da serra com gente da sua guarda, Fernão Martins Mascarenhas, seu capitão dos ginetes, com o qual porque em sua batalha não havia tanta gente como se requeria, o Principe encomendou a Gonçallo Vaz de Castello-Branco e a Ruy de Sousa, que com sua gente que era muita e mui boa se ajuntassem, como logo ajuntaram com Fernão Martins, e após elles porque cria que havia entr'elles algum desconcerto e competencia sobre a capitania da gente, enviou logo a D. Pedro de Menezes, que depois foi conde de Cantanhede, com que se refez uma boa batalha.

Mas Gonçallo da Silveira, sobre quem a defensão principalmente pendia, se escusou da entrega, como fidalgo em que pareceu que havia bondade, lealdade e discrição, e o coração lhe não fallecia.

E elles assi o fizeram, os quaes eram o Arcebispo de Braga, o Priol do Crato, o marechal D. Duarte, senhor de Bragança, D. Duarte de Menezes, Fernão Coutinho, Gonçallo Pereira de Riba-Vizella, Alvaro Pirez de Tavora, Diogo Soarez d'Albergaria, Fernão Soarez, Ruy Vaz Pereira, Luiz Alvares de Sousa, Pero Gomes d'Abreu, Lyonel de Lima, Gomes Freire, Lopo Vaz de Castel-Branco, Martim Affonso de Mello, Diogo Lopes Lobo, Fernão de , João de Gouvêa, D. Sancho de Noronha, e alguns filhos d'estes, e outras algumas pessoas d'outra condição.

Com o Infante além d'outros muitos e bons cavalleiros e escudeiros, eram estas pessoas principaes: D. James seu filho, o conde d'Abranches, Aires Gomez da Silva, e seus filhos João da Silva e Fernão Tellez, Ruy da Cunha, Gonçallo d'Ataide, Pero de Lemos, Luiz d'Azevedo, e Lopo d'Azevedo irmãos, e Martim Coelho, e Pedro Coelho irmãos, e Pero de d'Atayde, e João Corrêa, e Fernão Corrêa, Fernão d'Alvarez da Maya, João Peixoto, e Lopo Peixoto irmãos.

E mais morreram Lourenço de Guimarães, e João Vogado, escrivães da fazenda d'El-Rei, e Gonçallo Cardoso, escrivão da camara, e um rei d'armas Portugal, com outros muitos e bons homens e muita fazenda, e n'esta tormenta andou El-Rei com o Infante seu irmão até o sabado, que sem alguma outra companhia entraram no estreito, e havendo o conde D. Duarte conhecimento d'El-Rei pela bandeira real e capitoa que o seu navio trazia, foi-lhe fallar no mar, e com elle Pero d'Alcaçova que a elle fôra enviado com o aviso e ardil de sua vinda, e depois de se El-Rei lamentar pelo desaviamento de seu proposito, que era não poder desembarcar da parte de Castella, e o conde o confortar mais que reprender pelo erro que fizera, El-Rei e o Infante se partiram para Ceuta, onde poucos e poucos recolheram ao domingo seus navios, e cada um com grande perda e muito destroço, e assi o duque e seus filhos com outros muitos fidalgos, que escapando da tormenta milagrosamente sahiram todos em terra em camisas e descalços, e assi foram em romaria a Santa Maria d'Africa, com que provocaram todos a grande devoção.