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Pelo corpo, digo; que pela alma bastante tendes vós feito na virtude desta solidão! Gemendo, arrepanhando para o peito as fôlhas sêcas em que jazia, como se fôssem dobras dum lençol, o pobre ermitão murmurou: Meu bom Frei Genebro, não sei se é pecado, mas toda esta noite, em verdade vos confesso, me apeteceu comer um pedaço de carne, um pedaço de porco assado!... Mas será pecado?

Que bem lhe fizera, que bem lhe fizera! O Senhor, na sua justiça, pagasse a seu irmão Genebro aquele pedaço de porco! Até sentia a alma mais rija para a temerosa jornada... E o ermitão com as mãos postas, Genebro ajoelhado, ambos louvaram, ardentemente, o Senhor que, a toda a necessidade solitária, manda de longe o socorro.

Era a mão de Deus, a sua mão direita, que aparecera a Genebro na escada de Santa Maria dos Anjos, e que agora supremamente se estendia para o acolher ou para o repelir. Toda a luz e toda a sombra, desde o Paraíso fulgente ao Purgatório crepuscular, se contraíram num recolhimento de inexprimível amor e terror. E na estática mudez, a vasta mão, através das alturas, lançou um gesto que repelia...

E os Serafins, Genebro, o Anjo que o trouxera, descobriram, no fundo daquele prato que inutilizava um Santo, um porco, um pobre porquinho com uma perna bárbaramente cortada, arquejando, a morrer, numa pôça de sangue... O animal mutilado pesava tanto na balança da justiça como a montanha luminosa de virtudes perfeitas! Então, das alturas, surgiu uma vasta mão, abrindo os dedos que faiscavam.

E começou a descer, duro, temeroso, fazendo uma sombra dolente através da celestial claridade. ¿Que Acção de Genebro trazia êle, tam miuda que nem se avistava, tam pesada que forçava o prato luminoso a subir, remontar ligeiramente como se a montanha de Boas Acções, que nele transbordavam, fôssem um fumo mentiroso? Oh! mágoa! oh! desesperança! Os Serafins recuavam, com as asas trementes.

Nesse tempo ainda vivia na sua solidão das montanhas da Úmbria, o divino Francisco de Assis e por toda a Itália se louvava a santidade de Frei Genebro, seu amigo e seu discípulo.

Frei Genebro, com a sua imensa misericórdia, logo o tranqùilizou. Pecado? Não, certamente! Aquele que, por tortura, recusa ao seu corpo um contentamento honesto, desagrada ao Senhor. ¿Não ordenava êle aos seus discípulos que comessem as boas cousas da terra? O corpo é servo; e está na vontade divina que as suas fôrças sejam sustentadas, para que preste ao espírito, seu amo, bom e leal serviço. Quando Frei Silvestre, tam doentinho, sentira aquele longo desejo de uvas moscateis, o bom Francisco de Assis logo o conduziu

Frei Genebro pensou nos lôbos e lamentou o sono do pastor descuidado. No fim da mata começava a rocha, onde os restos do castelo lombardo se erguiam, revestidos de hera, conservando ainda alguma seteira esburacada sôbre o céu, ou, numa esquina de tôrre, uma goteira que, esticando o pescoço de dragão, espreitava por meio das silvas bravas.

Então o Anjo, baixando a face compadecida, alargou os braços e deixou caír, na escuridão do Purgatório, a alma de Frei Genebro. Adão, Pai dos Homens, foi criado no dia 28 de Outubro,

Então, tendo coberto Egídio com um pedaço de manta e posto, a seu lado, a bilha cheia de água fresca, e tapado, contra as aragens da tarde, a fresta da cabana, Frei Genebro, debruçado sôbre êle, murmurou: Meu bom irmão, vós não podeis ficar neste abandono... Eu vou levado por obra de Jesus, que não admite tardança.

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