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Não, espirito que me vês da tua gloria, eu contarei as tuas lagrimas; e, se não rasgo as paginas que escrevi, estremal-as-hei por um traço negro das que tu me segredaste nas fugitivas noites em que este gemer do mar, que ouço agora, vinha casar um murmurio melancolico á tua narração. Leocadia era vigiada por toda a familia.

Crê o auctor que ha, no caminho da vida, muitas paragens alegres, se o caminheiro as sabe ver com os olhos cançados de perseguir as fugitivas visões. Nem podia deixar de ser assim, a menos que a verdade, filha do céo, não fosse um mal.

Quiz porém o acaso que eu chegasse ainda a conhecer pessoalmente muitos dos homens notaveis d'esse tempo, incluindo o proprio Costa Cabral, e pude d'este modo completar as fugitivas e incertas impressões que, para assim dizer, trouxera do berço. Vi Saldanha... depois de morto. E posso dizer, porque é verdade, que o vi por um oculo: o oculo aberto na urna em que elle viera de Inglaterra.

Mas, Julio Costa sabe discernir n'essas fugitivas transformações aquelle momento, que é sempre da nossa figura, sabe fixar na mobilidade imperceptivel das linhas d'uma physionomia o seu aspecto caracteristico. Sabe reunir n'um gesto a multiplicidade das nossas attitudes. E é por isso que Julio Costa, ao pintar o retrato, tem uma grande preponderancia sobre outros artistas.

D'alli fallo com a ágoa que não sente Com cujo sentimento est'alma sae Em lagrimas desfeita claramente. Ó fugitivas ondas, esperae; Que pois me não levais em companhia, Ao menos estas lagrimas levae. Até que venha aquelle alegre dia Qu'eu onde vós ides, livre e ledo. Mas tanto tempo, quem o passaria?

Vivos os mansos cervos lhe trazia; Vivas medrosas lebres fugitivas: Ligeireza de pés não lhes valia. Mas, se lhe dava as mansas feras vivas, Mortas lhe dava as que por natureza, Sem domar-se, são bravas, ou esquivas. Certo dia achei eu n'huma aspereza, Sem mãe, hum cervo branco e pequenino; Trouxe-lho; ella o criou; inda hoje o préza.

Vós que andaes presurosas, fugitivas, Os ceus cruzando n'um lidar constante: Sorris-me como as multiplas missivas Que envia ao Sol a Terra sua amante!... Imagens lindas d'um amor jocundo, E espectros negros d'intimos rancores, Do grande coração que agita o mundo, O mar, que tem como eu paixões e amores!...

Porqu'enganas as almas que tão cegas Arrastas apos ti, de error captivas? Porque a crueis rigores as entregas? Para que contra hum peito assi t'esquivas, Que humilde se sujeita a teu cuidado, Com enganos de sombras fugitivas? Levas, como a menino, hum pobre a nado, N'huma apparencia falsa embevecido, Quando co'os braços corta o mar inchado.

Dezeseis annos! sósinho! alli em Aveiro, não sei em que rua d'aquellas, em qualquer casa das mais desaconchegadas, a rever na téia da phantasia o rosto da mulher agonisante, das tres filhas mortas, das duas fugitivas, sem que mais aos seus ouvidos soasse o nome d'ellas, nem dos sacrilegos raptores das divinas esposas!

Esse trabalho, porem, não será um cathecismo buddhista, não pode ser nenhuma revelação milagrosa do verdadeiro systema, porque a sabedoria nos diz que toda a pretenção de Verdade é illusoria, pois sendo nós, a nossa intelligencia, os nossos pensamentos, simples e fugitivas contingencias, é loucura pensar que jamais possamos definir o Absoluto.