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Passavam pequenas sombras fugidias, sumia-se uma lagosta n'uma fenda, vibrava uma moreia coleante, relampejavam cardumes de sardinha, corriam laivos azues e vermelhos de peixes-reis e bodeões. Acudiam engodados, vinham em cardume á çaga de um barco que recolhia, andavam á babugem dos navios arrastada pelo mar para o recanto da angra.

A natureza inteira retraía-se num como pavor medonho, concentrado de íntimos terrores e silêncios lôbregos de horas altas. Cerrava-se mais no céu a falange muda das nuvens, densificando-se em tintas negras, impenetráveis e caliginosas, sem cintilas de estrelas, por fugidias e ténues que fossem...

Baniu do céu o azul, de todo oculto sob bandos de nuvens violáceas, fugidias, mudáveis como fumos, almas errantes, cinzas dispersas de apagados lares. Crescidas pelo despenhar das águas da montanha que verteram nos rios as suas neves, as lagunas cavavam funda a vaga, nessa agonia que a inquieta e é seu destino.

Reconheço entre vós as sombras fugidías De outro tempo melhor, de mais alegres dias: Meu coração evoca imagens adoradas... Susurra em torno a mim voz de saudoso encanto:

Ai! quantas vezes, emquanto a pena me escorregava vertiginosa pelo papel, chegavam até mim, soluçantes, fugidías, as plangencias brandas das serenátas doridas, que cantavam embaixo, ao do Mondego, Estrada-da-Beira alem, o grande, o doloroso funeral das ilusões! E a pena corria, corria sempre, numa vertigem febril...

O ceu estava negro, agitado de ribombos infernaes, a cada minuto illuminado tetricamente, deixando a descoberto as grossas massas das nuvens fugidías. E o preto, longe de assustar-se, ali estava na barca, de braços cruzados, sorrindo com cynismo. O mar tinha um aspecto que se casava com a attitude hostil do espaço.

Obliquo o sol, gelado... O sol, e as aguas limpidas do rio. Aguas claras do rio! Aguas do rio, Fugindo sob o meu olhar cançado, Para onde me levaes meu vão cuidado? Aonde vaes, meu coração vazío? Ficae, cabellos d'ella, fluctuando, E, debaixo das aguas fugidias, Os seus olhos abertos e scismando... Onde ides a correr, melancolias?

Sonhava, e no sonho a imagem de Maria associava-se ás palpitações da natureza. O rio transfomára-se em alvas nuvens que pousavam sobre o seu leito apertadas na cinta de salgueiros; entre ellas, como uma apparição, em meio d'um nimbo de claridade vermelha e candente, uma cosinha pobre e uma rapariga curvada sobre a lareira ateando o lume que se erguia em labaredas fugidias.

Ha elmos, troféus, mortalhas, Emanações fugidias, Referencias, nostalgias, Ruinas de melodias, Vertigens, erros e falhas. Ha vislumbres de não-ser, Rangem, de vago, neblinas; Fulcram-se poços e minas, Meandros, pauis, ravinas Que não ouso percorrer... Ha vácuos, ha bolhas d'ar, Perfumes de longes ilhas, Amarras, lemes e quilhas Tantas, tantas maravilhas Que se não podem sonhar!...

Palavra Do Dia

stuart

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