United States or Western Sahara ? Vote for the TOP Country of the Week !


Mas, desde aquelle crime, a sêde intensa ateiada nas entranhas do reprobo, nunca mais se aplacou. Os rios e as fontes convertiam a fresquidão em fogo para o abrazar. A gota de agua negada no deserto pesára na balança do Senhor largos seculos de culpas. Cumpridos doze annos, D. Inigo voltou, sem se saber como, á terra em que nascera.

Não, isto aqui é uma praia decente e grave onde os senhores oficiaes de secretaria o os senhores desembargadores veem durante a villegiatura sentar-se pela fresquidão das tardes, com suas mulheres, contemplando austeros e recolhidos as babugens da vasante e o fronteiro panorama, tão magestoso e solemne, da Fonte da Pipa.

Mas ah! que um sonho animador lhes pinta Os lucros todos do futuro espolio; E em quanto mil e mil passão dormindo Esta que a noite extrema é talvez d'elles, Alp, em vigilia atroz, vaguea anciado, E lhe é alvo d'invejas quanto encontra. Vai na aprazivel fresquidão da noite Achando refrigerio ás ancias d'alma.

Entraram vagarosamente na solitude dos troncos e das folhagens onde corria uma fresquidão vitalizante, na tarde pesada e quente. Através dos ramos entrelaçados, num azul muito alto, flutuavam farrapos esparsos de nuvens. Por tôda a parte, sob a imensa abóbada de verdura, floriam cheirosos arbustos que punham na suavidade da penumbra uma atenuada e bela nota colorida. Por vezes, roseiras, bracejando junto das árvores, trepavam

Secretamente partiremos duas cordas de viola uma grossa outra delgada em bocadinhos, se fôr assado sendo gallinha se lhe metterão pela abertura; sendo outra cousa se lhe dará um golpe em que se lhe mettem; sendo cozido se botarão na panella ao tirar do lume e assim virão pegados na carne com a quentura que em si levam, e com a fresquidão do ar que lhes se encolherão e estenderão como bichos, e quem estiver comendo fica enganado.

E a sala melhor, traçada para as occupações mais gratas, é o refeitorio, com as suas varandas rasgadas, onde os regalados monges podessem, ao fim do jantar, conforme a veneravel tradição dos Cruzios, beber o seu café aos golos, galhofando, arrotando, respirando a fresquidão, ou seguindo nas faias do pateo o cantar alto d'um melro.

Se um d'esses homens for poeta... e quem ha que o não seja depois do baptismo da sombra d'estes salgueiraes, do perfume d'estes campos, do crystallino d'este ambiente, da doçura d'estas aguas, da verdura d'estes montes, da fresquidão d'estas brizas? aqui a poesia bebe-se pelos olhos, pela bocca, pelos ouvidos, sem o querer, sem o cuidar, sem o sentir; cada pedra, cada tronco leva inspirações ao amago do seio, que desatina a cantar como a zagala ao desabrochar do dia, ou como a avesinha, que saúda a primavera; aqui murmura melodias o ciciar da aragem nas flores da collina; o scintillar da lua quando num tecto de saphira pende accesa como lampada de sanctuario; o ardor do sol, quando se alastra em diamantes por cima do estendal da arêa; o echo a responder sonoro ás palmas d'um folguedo; a vara do barqueiro a resvalar nos seixinhos do rio; o lavadouro da tricana, que geme debaixo dos seus golpes, menos duros porque os acompanha uma cantiga de amores! até os nomes dos sitios têm aqui uma suave harmonia, como preludio de canção, que deixa adivinhar-lhe toda a lindeza!.... Mas não vês, Elysa, como eu vou longe do que ia dizendo? era Coimbra, que me arrebatava nas ondas da sua poesia; foi uma nova prova do seu poder; voltemos porém ao primeiro proposito.

Agradece ao Senhor que nos isto, esta fontinha, a fresquidão d'estas sombras, o murmurio d'estas arvores, o azul do céo, em baixo a melancolia poetica do valle, o som do campanario rural que repercute na alma... Marcos Leite tinha razão. Não pude contrafazer, por mais tempo, a minha indole triste.

Á mesa da viscondessa respirava-se um invejavel aceio e uma limpesa pouco vulgar entre nós. A propria toalha attrahia, não pela sua extrema brancura, senão tambem por uma deliciosa fresquidão, que de ordinario exhalava. Grave era a viscondessa, mas espirituosa. Ninguem sabia tratar melhor os seus hospedes, nem com mais liberdade.

Louvado Deus! O meu Jacinto estava, emfim, provido de civilização! Subi contente. Na sala nobre, onde o soalho fôra composto e esfregado, encontrei uma mesa recoberta de oleado, prateleiras de pinho com louça branca de Barcelos e cadeiras de palhinha, orlando as paredes muito caiadas que davam uma frescura de capela nova. Ao lado, noutra sala, tambêm de faiscante alvura, havia o confôrto inesperado de três cadeiras de vêrga da Madeira, com braços largos e almofadas de chita: sôbre a mesa de pinho, o papel almasso, o candieiro de azeite, as penas de pato espetadas num tinteiro de frade, pareciam preparadas para um estudo calmo e ditoso de humanidades: e na parede, suspensa de dois pregos, uma estantesinha continha quatro ou cinco livros, folheados e usados, o D. Quixote, um Virgílio, uma História de Roma, as Crónicas de Froissart. Adiante era certamente o quarto de D. Jacinto, um quarto claro e casto de estudante, com um catre de ferro, um lavatório de ferro, a roupa pendurada de cabides toscos. Tudo resplandecia de asseio e ordem. As janelas cerradas defendiam do sol de agosto, que escaldava fóra os peitoris de pedra. Do soalho, borrifado de água, subia uma fresquidão consoladora. Num vélho vaso azul um mólho de cravos alegrava e perfumava. Não havia um rumor. Torges dormia no esplendor da sésta. E envolvido naquele repouso de convento remoto, terminei por me estender numa cadeira de vêrga junto

Palavra Do Dia

antecipa

Outros Procurando