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As sandalias, ornadas de guizos e de correntes, arrastavam sobre as lages uma melodia argentina, tanta era a graça concertada dos seus movimentos ondulados e graves: e os tecidos bordados, os algodões de Galacia, os finos linhos de côres que as cingiam, ensopados nas escencias ardentes d'ambar, de malobathro e de baccaris, enchiam o ar de fragancia e de molleza a alma dos homens.

Vésper, sorriso de oiro, luz, fragancia Da noite que amanhece, ao teu fulgôr, Vejo Espectros que são da minha infancia... Formas mortas que nem meu proprio Amôr Anima, ele que d'antes animava A sombra, a pedra, as arvores em flôr! E como outrora tudo me encantava! Como perdi no turbilhão dos dias O sabôr que nas cousas eu gostava!

Olha, foi o pobre do Ti Zé-Senhor!... Velho tão velhinho nenhum outro havia... P'ra cumprir cem anos lhe faltava um dia, Ha noventa e quatro que era pastor. Zagalzinho alegre, desde tenra infancia de surrãosito cheio a tiracol, A escalar montanhas com ardor, com ancia, Por pastagens bravas d'auroral fragancia, Branqueadinho a neve e doiradinho a sol!...

Beija a Hermengarda, a timida donzella. E vai de braço dado tu e ella Contrahir civilmente o matrimonio. Por debaixo do azul sereno, entre a fragancia Dos mirtos, dos rosaes, Viviam n'uma doce e n'uma eterna infancia Nossos primeiros paes. Seus corpos juvenis, mais alvos do que a lua, Mais puros que os diamantes, Conservavam ainda a virgindade nua Das coisas ignorantes.

Aquelle desalinho não era d'antes assim... Rosa tinha tanto brio nos seus longos cabellos negros!... Enfeitava-os tanto de fitas e flôres!... E agora?... Aquelle lenço branco, que lhe apanha as tranças desgrenhadas, é tão desairoso!... Aquelle chaile, que lhe esconde as fórmas do pescoço mais lindo ao dos hombros mais artisticamente torneados, dá-lhe um aspecto tão triste de enfermeira do hospital... Que mudança!... faz pena!... Cahiu tão depressa da haste aquella flôr, que tinha tanta vaidade das suas petalas avelludadas, e da fragancia dos seus aromas!... Minha pobre Rosa, que é da tua philosophia!... De que te valeram os teus romances, se te devias amoldar aos typos dolorosos que encontraste!... Ai!... porque cheguei eu a interessar-me na tua sorte, se nunca te conheci!... Porque ha de esta phantasia pintar-me realidades, que me fazem dôres no coração, quando as vejo sahirem infelizes dos bicos da minha penna!... Tenho cousas de muito creança, leitores!... Desculpai-me estas imbecilidades...

Oh Pena, altar de nuvens sobre a Serra, Paço de sombras reaes, feito em granito E seculos de Azul, olhando a Terra Das janelas que ogivam o Infinito! Oh vôo das florestas que se esfólham, Tontas de ceus, fragancia! Oh tardas sombras rôxas da Distancia! Ruinas noite donde as aguias ólham! Oh cedros esmanchando as ramarias, Afofando penumbras! Crepusculos longinquos de arcarias!

As borboletas sómente, Aereos beijos de amor, Hão de poisar junto d'elle Como poisam n'uma flôr, Indo contar em seguida Aos espinhos do balseiro Quanta fragancia divina Exhala aquelle canteiro. ... Ao passo que eu viverei Na grande dôr do meu pranto, Como a aranha silenciosa Que fez a teia n'um canto.

E na falta de sciencia, eu peço condescendencia p'ra o traçado que vou dar; é obra de um curioso... meu leitor, sei que és bondoso, não o queiras censurar. O todo se emmuldura em matto virgem; arbustos mil em flôr dão-lhe a fragancia, e o fundo do painel é verde-escuro da côr de um cafesal visto á distancia. Por entre as pedras soltas de seu leito, o rio serpenteia murmurando.

Nos angulos da sala, açucenas em amphoras preciosas proclamam a sua candura triumphal, e roseiras enroladas em columnas de onyx exhalam a sua fragancia suavissima.