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Mas, como lhes esteve alli presente, E entendêrão o fim do meu desejo, Ou por outro despejo, Que a lingua descobrio por desvario, Morto de sêde estou pôsto em hum rio, Onde de meu servir o fructo vejo; Mas logo se alça se a colhê-lo venho, E foge-me a ágoa s'em beber porfio.

Movo ligeiro para o vulto os passos: Eu beijo a tibia luz em vez de face; E aperto sobre o peito em vão os braços. Conheço a illusão minha; A violencia da mágoa não supporto; Foge-me a vista, e caio Não sei se vivo, ou morto. Enternece-se Amor de estrago tanto; Reclina-me no peito, e com mão terna Me limpa os olhos do salgado pranto.

Pois ouve; eu gemo De te não vêr! E em vendo, tremo Mas de prazer!... Foge-me a vista... Falta-me o ar... quanto dista D'aqui a amar! Se eu fosse nuvem tinha immensa magoa Não te servindo d'azas maternaes Que te podessem abrigar da agoa Que chovesse das mais! E sendo eu onda, tinha magoa summa Não te podendo a ti, mulher, levar De praia em praia, sobre a alva espuma. Sem nunca te molhar!

Amor cego e triste, Quem o tẽe padece: Mal quem lhe resiste! Mal quem lhe obedece! No meu mal esquivo Sei como Amor trata: E pois nelle vivo, Nenhum amor mata. Foge-me pouco a pouco a curta vida, Se por caso he verdade qu'inda vivo; Vai-se-me o breve tempo d'ante os olhos; Chóro por o passado; e em quanto fallo, Se me passão os dias passo a passo. Vai-se-me, emfim, a idade, e fica a pena.

Termina de repente o estenso matagal, Foge-me a terra, e vou caír n'um tremedal Onde tenho uma lucta encarniçada e louca: A lama em borbotões entra-me pela bocca, Os limos que eu encontro agitam-se irrequietos, Voam por sobre mim, zumbindo, mil insectos, Fogem nuvens de rãs para logares occultos, E o seu coaxar parece arremetter insultos!

Palavra Do Dia

stuart

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