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Francisco Dandalo, embaixador dos Venezianos ao Papa Clemente V para levantar o interdicto ao Senado, contra quem estava iroso por razão das coisas de Ferrara, esteve lançado de bruços grande espaço á meza do Summo Pontifice, com uma cadeia de ferro ao pescoço; e com tantas lagrimas, e palavras o obrigou, que alcançou d'elle o que pedia.

Vamos por partes: Foram os editores de Ferrara e Colónia que propagaram pela imprensa a lenda de que a paternidade da carta e ecloga de Crisfal era atribuida a Cristovam Falcão, e, fazendo-o, limitaram-se, com honestidade, a escrever: «que dizem ser... ao que parece aludir o nome da mesma ecloga». Ao contrário do que o snr. dr.

Diogo do Couto falla em Christovam Falcão como celebrado auctor do «Crisfal», quando narra factos praticados por seu irmão Damião de Sousa. Ora, Diogo do Couto, contemporaneo d'este na India, inventava-lhe um irmão? E a edição de Ferrara, de 1554, e a de Colonia, de 1559, inscrevendo o seu nome?

Testemunha-o o que s. ex.^a escreveu a paginas 21 da sua chamada edição crítica das obras de... Cristovam Falcão: *«As rubricas do editor de Colonia, encerram as tradições vagas, que, passados nove annos, ainda corriam ácerca d'aquelle infeliz namorado.»* Para que veio pois o snr. dr. Theóphilo Braga asseverar que tambem nas edições de Ferrara e de Colonia se repete a atribuição?

Para que chamar ineptos aos editores de Ferrara de 1554 e de Colonia de 1559, por terem reproduzido esses textos manuscriptos como os encontraram? Quando o sr. Delfim Guimarães trabalhava para destruir uma miragem de seculos, foi communicar ao sr. dr.

Theóphilo Braga por um rebuçado de ovos: o tratamento de «prezadissimo amigo», que não tinha qualquer justificação... Isto é, tinha uma justificação única, qual era a de nos adoçar a bôca, para engulirmos sem relutância aquela amargosa pílula com que fecha a epístola de s. ex.^a, quando, com generosa magnanimidade, confessa que o nosso livro revelou um trabalhador fervoroso, que ao professor do Curso Superior de Letras foi revelar a existencia de um exemplar da edição de Ferrara, no Porto, e que em Lisboa descobriu o texto precioso da ecloga *Alexo* assignada por de Miranda.

Não conheceu Innocencio a edição das obras de Bernardim Ribeiro publicada em Ferrara em 1554, porque se a houvesse conhecido logo concluiria que o manuscrito examinado pelo arcediago de Barroso outra cousa não era mais do que uma cópia incompleta d'essa edição. Ignora o, porventura, o snr. dr. Theóphilo Braga?

Toda a tripulação o abraçava; mandavam-lhe do Baltic saudades... Pareceu-lhe então que o seu navio, o seu pano que tanta vez ferrára, vinha naquela noite de Janeiro, dizer-lhe o ultimo adeus da vida a bordo, das grandes rotas pelos mares de névoa, das veladas na ponte a todo o tempo, dos sonos bons depois no seu beliche, pequenino e estreito como um berço... Rolavam-lhe as lagrimas dos olhos.

Theóphilo Braga queira concluir que, sendo Bernardim o Enio de Camões, Cristovam Falcão era o Enio numero 2 do mesmo poeta, assim a modos de um Enio barato, para trazer por casa. Prossigamos... «Na edição de Lisboa vem duas estrophes supprimidas no texto de Ferrara e Colonia, por que continham uma inconfidencia.

Ao visitar Veneza, a bella rainha do Adriatico, ouviria fallar do implacavel poeta satyrico Aretino, verdadeira lingua viperina, que vendia publicamente os seus terriveis epigrammas a quem mais lhe dava. de Miranda cita, outrosim, Ariosto, em pleno florescimento na côrte de Ferrara, e que introduzira em a poesia o sensualismo elegante e a phantasia pura.