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Serei; no entanto, como as bôas farças Reclamam a presença de comparsas, Queira representar o seu papel, Indicando com essa alma de fel A peçonha do mal que tanto encobre Nas apparencias d'uma casa nobre!... Vamos? Queira sahir d'esse mutismo Que estampa hypocrisia e diz cynismo!

Crusavam-se no ar ditos como facadas; Escandalos de amor, historias sensuaes... Rolavam nos divans caindo, ás gargalhadas, Sujos como truões, torpes como animaes. Um agitando o ar com risos desmanchados, Recitava canções, farças, Hamlet e Ophelia; Outro perdido o olhar, e os braços encruzados, De bruços, n'um divan, roia uma camelia!

E causa-nos pena isto: que tantos apparatos de força e tão solidos instrumentos de guerra se prestem a desabar, com o estampido ridiculo dos louceiros que se quebram nas velhas farças, aos golpes de stick do primeiro irreverente que passe trazendo na cabeça as exaltações de dois dedos de Proudhon e de um copo de Champagne!

Hans-Folz e Rosemblut compuseram diversas farças, que se representaram em Nuremberg e Calmar: estas farças, obra de homens rudes, são um tecido de grossarias e indecencias apenas dignas de se recitarem diante da plebe mais desfaçada. Depois de 1500 é que appareceu Hans-Sachs, a quem podemos chamar o Gil Vicente da Alemanha.

Tinha os habitos vis e as farças de caserna, Ninguem sabia mais os casos de taberna; Como era magro, esguio, e alto como um cypreste Dobrava para o chão; o sopro do nordeste Fazia-o tiritar; tinha os labios fendidos, E uns oculos azues e linho nos ouvidos. No entanto segue o Mal varios e negros trilhos!

Talento dramatico genial mas inculto, viva encarnação do espirito popular, satyrico e motejador, Gil Vicente arremettia audaciosamente com todos e com tudo, não respeitando sequer as coisas divinas. Seus autos e farças eram um tanto grotescas, por vezes excessivamente livres, algumas extraordinariamente louvaminheiras dos cortezãos. O dialogo não era dos mais apurados nem a acção muito cuidada.

Mas, nem o proprio creador do theatro nacional, o talentoso, embora inculto, Gil Vicente, tão aferrado á escola da tradição nacional, escapa á sua influencia. Manifesta-o a ironia de suas farças, aquella mordacidade que nada poupava e ia até desrespeitar as crenças religiosas, ironia que annunciava o proximo advento da Reforma, o despertar da razão humana escravisada pela esteril escolastica.

Qual posto, nem qual morte, nem qual carapuça? Quem ha-de agora matar meia duzia de patetas, que parecem mandados de proposito pela Providencia para divertimento d'esta terra, no meio das mágoas e afllicções que lhe causa o cabralismo? Sabeis o que são, alem de farças, as vossas côrtes de 1641, e as outras côrtes do absolutismo? São um monte de inepcias em direito politico.

O typico Gonçalo de Barros, a correcção no despejo, negociante de vinho, de casamentos proprios e alheios, de tudo que é negociavel, com mais farças e melodramas e tragedias na sua vida que o Archivo do extincto theatro do Salitre; insinuando-se com incomparaveis negaças de artista nos corações dos amigos e sahindo pelas algibeiras quando achava estas avenidas aéreas de mais e metalisadas de menos.

Gil Vicente, emquanto a côrte esteve em Coimbra, ia ahi propositadamente, de Santarem, onde habitualmente residia, segundo se infere de suas producções, divertil-a com suas farças. Com esse fim compoz a Comedia sobre a Divisa da Cidade de Coimbra, a Tragicomedia Pastoril da Serra da Estrella, a Farça dos Almocreves e o Dialogo sobre a Resurreição.

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