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Um Michelet resuscitando periodos historicos de enthusiasmo fremente e de doentia exaltação, saberá dar vida ás perturbações nervosas, aos desfallecimentos e aos extases dos seus congeneres do passado. Um Victor Hugo dará o nitido contorno das cousas, e até para o mundo da allucinação levará o seu poder de descrever o incommensuravel, de figurar o impossivel...

Vês como os astros gravitão um para os outros, em extases communicativos e innocentes? Um laço ineffavel prende ao creador a creatura. A floresta que geme, o lago que dormita, a torrente que se despenha, o vento que sibilla, a cidade que sonha, o passaro que canta, a aurora que resplandece, tudo tem uma voz no hymno da universal harmonia.

Reappareceu-lhe o sol do coração, a florescencia da phantasia, o céo dos seus extases, e a claridade radiosa do seu ar balsamico. Era a que fôra, quando se lançára a chorar de feliz nos braços maternaes. E dizia o coronel a seu irmão: Deus me livre de ser cruel para minha filha... Os homens muito experimentados na desgraça vêem tudo pela face peor. Póde ser que sejam dignos um do outro.

Sem o sentir bem, ella começou a amal-o, a amal-o tambem.... Quando, por acaso, encontrava-o em casa da prima, córava, julgava soffrer e gosar a um tempo e entrava a fital-o amoravel e longamente, com essa persistencia abstracta dos verdadeiros extases apaixonados....

Tão moços! e, assim , tão velhos e cavados! Por horisonte um claustro e um muro, indifferentes, Sósinhos a resar ante os Crucificados! Teus frades, Lesueur, são d'estes differentes! O triste Zurbaran soube exprimir melhor Os extases do olhar e as cabeças doentes! E a vertigem do ceu, o tedio, o desamor Da Carne, que lhes aureolas febris, E esse aspecto que faz gelar-nos de pavor!

Como o duro pincel lhes pinta a flor de liz Dos cilicios! e a luz dos olhos mortecidos, E essas rugas que os faz magros, sublimes, vis! Como as pregas alonga aos habitos compridos! Como ás faces lhes cava a pallidez da terra, Como se fossem uns mortos estendidos! Quando as vizões do Ceu nos extases descerra, Ao Crucifixo os pés beijando soluçantes, E açoutando-se qual o mar açouta a serra!...

Por fins de outubro de 1877, pouco falta para a conta d'um longo meio seculo! em Coimbra, um bando alegre de novatos de Direito, no intervallo de duas aulas, subia ruidosamente a ingreme escada da torre da Universidade, e, do alto, n'um largo desafogo, estendia a vista por esse incomparavel panorama do valle do Mondego, entre cujo legendario quadro lhes ia correr todo um lustro de intensa vida mental, de tremendas controversias de ideias, de extases poeticos, de sonhos de juventude, de esperanças, de chimeras, essa divina florescencia do espirito, que marca, na nossa existencia, o seu momento superiormente bello e culminantemente feliz.

Mas, sobretudo, o que mais o encantava, aquillo que mais o arrebatava a grandes êxtases gososos, debuxando-lhe nos labios um sorriso espiritualisado e prenhe de beatitude, eram os alvos dentes que perlavam as carminadas gengivas d'ella, quando Paula fitava-o sorrindo, com duas covinhas sobre as faces, bem junto ao rosto d'elle, como desejando magnetisal-o.

Roça por mim, em longe, a teoria Dos espasmos golfados ruivamente; São extases da côr que eu fremiria, Mas a minh'alma pára e não os sente! Quero sentir. Não sei... perco-me todo... Não posso afeiçoar-me nem ser eu: Falta-me egoismo pra ascender ao ceu, Falta-me unção pra me afundar no lodo. Não sou amigo de ninguem.

Quasi deixão seu tom da Lyra as cordas Quando dest'arte nos umbraes me entranho Da linguagem dos calculos, que he sombra, Que estrema immensamente, e que divide O frio Euclides do fervente Milton. Ah! de Ariosto aos extases divinos Calculador pousado em vão se ajusta.