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Meu pensamento, occupaste-o E tanto pensei em ti, Que o coração perdi... Tu vieste e apanhaste-o. Ensina-me pois agora A desfazer a meada. São parciaes os juizes, E a justiça demorada. Bem sei que perdia a causa... Que meio? Lembra-te algum? Tu tens dois corações, E eu não tenho nenhum. Para que nos custe menos A resolver a questão, Expliquemo-nos. Ha males Que ás vezes nos trazem bens.

Expliquemo-nos. D. Maria Telles não era uma donzella na primavera da vida: era uma dona entrada naquella edade a que se póde chamar o outono da formosura. O auctor nesta parte acceitou o argumento da historia, introduzindo no seu drama o Mestre de Christo, mancebo de dezoito ou vinte annos, filho de D. Maria Telles. Forçosamente esta passara por isso o viço da mocidade. O seu amor portanto devia ser intenso, mas grave: revelar-se profundamente nos factos e muitissimo pouco em discursos. Devia ser um amor que não tarda a transformar-se em amizade; que, por assim dizer, começa a ter pudor do si mesmo, porque as illusões da juventude teem quasi todas passado. Difficil é na verdade o pintar esse affecto severo e intimo; mas se deixou de ser um merito vencer difficuldades inuteis, ainda é restricta obrigação do poeta o conhecer as phases do coração humano, e não as desmentir jámais porque a natureza é immutavel. O auctor sentiu ao que parece confusamente a verdade d'esta observação; quis dar gravidade ao caracter de D. Maria Telles: não lhe deu senão tristeza. Tristeza tanto quando se vai desposar com o Infante como depois que elle começa a afastar-se d'ella, e a dar-lhe não equivocos signaes de desamor. Porque está ella triste até á morte, segundo a expressão de Job, quando se approxima aos altares?

Palavra Do Dia

stuart

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