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O que é que mais desejas De tudo quanto existe? O amor? O que é que invejas Bom lyrio branco e triste?! Ó vil sorte mesquinha! E eterno desejar! Invejas a andorinha Que vôa pelo ar!? Nas brisas da tardinha Pára teu vôo um pouco; Ouve um poeta, um louco, Escuta-me andorinha! Um pouco deixa os ninhos; Attende as vãs loucuras, Tambem nas sepulturas Vôam os passarinhos!

O eterno mote dos velhos, glosado por um rapaz de dezoito annos, e estouvado como todos sabemos!... E porque não ha de ser esse mesmo estouvamento o que me perde? Os estouvados são os homens que não teem na razão força bastante para conterem os impulsos das paixões, e que por isso obedecem a estas, sem que os façam parar os preconceitos do mundo e os conselhos dos juizos frios.

Não creio em ti, Deus-Filho, em cuja mente Foi o Bem inefavel feito e nado; E não creio no Espirito gerado Do eterno Amor, como uma chamma ardente; Saibam-n'o a terra e os céos: do Crédo antigo, Cheio de Graça e , refugio e abrigo, Benção da noite e prece da manhã, creio no Peccado ineluctavel, Na Maldição primeira inexpiavel, E no eterno reinado de Satan!

E quanto são admiraveis as industrias do vosso amor, para fazer que as almas vos amem! Ó Verbo eterno, não bastou á vossa ardente caridade o fazer-vos homem, e morrer por nós, senão que para satisfação do vosso amor, quizesse tambem ficar nesse Sacramento, para nos servirdes de companhia, de alimento, e penhor da eterna gloria?

Não detenhão, Senhor meus peccados o curso de vossa bondade sobre Sião: fazei que possamos edificar os muros de Jerusalem. Então acceitareis benigno minhas offerendas, e holocaustos como sacrificios d'um homem justificado pela penitencia, e então tambem o povo carregará de victimas vossos altares. Dai-lhes, Senhor, o eterno descanço etc. Antiph.

E o certo é que o pobre, o eterno Job da orphandade, se não morre mouro, morre, pelo menos, de atrophia, indigente, sem pão, sem agua, e o que é mais, sem espirito. Ao percorrer as humidas cavernas morada e abrigo dos proletarios de se nos enlucta o sentimento.

E que cousa é a ancia, a ancia em si, senão o limiar privilegiado dessa Vertigem Pura, o seu sintoma magnifico, a sua acentuação humana?... Ao indefinido na arte aspiramos pois, a um indefinido cheio de tortura, «rafiné» como o que o génio de Baudelaire compreendeu e quando essa tortura do Indefinido enche o intimo da nossa alma, então, cheia d'ancia e, assim, Nietzsche quasi a desejou ela quasi atinge o paroxismo eterno da Existencia que toda se debate na Vertigem Infinita!

uma flôr humilde, misteriosa, Como um vago protesto da existencia, Desabroxa no fundo da consciencia. Dorme entre os gelos, flôr immaculada! Luta, pedindo um ultimo clarão Aos soes que ruem pela immensidão, Arrastando uma aureola apagada... Em vão! Do abismo a bôca escancarada Chama por ti na gélida amplidão... Sobe do poço eterno, em turbilhão, A treva primitiva conglobada...

Martyres obscuros, podereis vós dizer-lhes, para quem o mundo não teve nem uma corôa, nem uma palma; estrellas cadentes, que brilhastes um momento e desapparecestes n'um eterno occaso; quem assim vos macerou os corpinhos, e vos deu a beber o fel da morte ao alvorecer da vida?

Na terra o caçador te aponta a flecha, E o tiro parte em vão. Como tocar-te, Se tão alto voaste, e o dardo apenas Mediu a meia altura que levavas? A flecha cae na terra... ao céo tu foges! Vae pomba immaculada! irei comtigo Abrigar-me tambem no seio eterno, Quando um dia o Senhor julgar que é finda A missão que me deu de aqui servil-o.