United States or Kyrgyzstan ? Vote for the TOP Country of the Week !


Não havia o que alegar. Despeitado e furioso o estancieiro pagou a parada,

Qual não foi o seu grande espanto, quando chagado perto, viu na boca do formigueiro o Negrinho de com a pele lisa, perfeita, sacudindo de si as formigas que o cobriam ainda!... O Negrinho, de , e ali ao lado o cavalo baio e ali junto, a tropilha dos trinta cordilhos... e fazendo-lhe frente, de guarda ao mesquinho, o estancieiro viu a madrinha dos que não a tem, viu a Virgem, Nossa Senhora, tão serena, posada na terra, mas mostrando que estava no céu... Quando tal viu, o senhor caiu de joelhos diante do escravo.

E assim o Negrinho perdeu o pastoreio. E chorou. O estancieiro mandou outra vez amarrar o Negrinho pelos pulsos, a um palanque e dar-lhe, dar-lhe uma surra de relho... dar-lhe até ele não mais chorar nem bulir, com as carnes recortadas, o sangue vivo escorrendo do corpo... O Negrinho chamou pela Virgem sua madrinha e Nossa Senhora, deu um suspiro triste, que chorou no ar como uma música, e pareceu que morreu...

E não apareceram nem as corujas agoureiras nem os guaraxains ladrões; porém pior do que os bichos maus, ao clarear o dia veio o menino, filho do estancieiro e enxotou os cavalos, que se dispersaram, disparando campo fora, retouçando e desguaritando-se nas canhadas. O tropel acordou o Negrinho e o menino maleva foi dizer ao seu pai que os cavalos não estavam ...

E três dias houve cerração forte, e três noites o estancieiro teve o mesmo sonho. A peonada bateu o campo, porém ninguém achou a tropilha e nem rastro. Então o senhor foi ao formigueiro, para ver o que restava do corpo escravo.

O menino malévola foi e veio dizer ao pai que os cavalos não estavam. O estancieiro mandou outra vez amarrar o Negrinho pelos pulsos a um palanque e dar-lhe uma surra de relho. E quando era noite fechada ordenou-lhe que fosse campear o perdido.

Era uma vez um estancieiro, que tinha uma ponta de surrões cheios de onças e meias doblas e mais muita prataria; porém era muito cauíla e muito mau, muito.

O estancieiro retirou-se para sua pobre casa e veio pensando, pensando, calado, em todo caminho. A cara dele vinha lisa, mas o coração vinha corcoveando como touro de banhado laçado e meia espalda... O trompaço das mil onças tinha-lhe arrebentado a alma. E conforme apeou-se, da mesma vereda mandou amarrar o Negrinho pelos pulsos a um palanque e dar-lhe, dar-lhe uma surra de relho.

Nessa noite o estancieiro sonhou que ele era ele mesmo, mil vezes e que tinha mil filhos e mil negrinhos, mil cavalos baios e mil vezes mil onças de ouro... e que tudo isto cabia folgado dentro de um formigueiro pequeno... Caiu a serenada silenciosa e molhou os pastos, as asas dos pássaros e a casca das frutas. Passou a noite de Deus e veio a manhã e o sol encoberto.

E como e para não gastar a enxada em fazer uma cova, o estancieiro mandou atirar o corpo do Negrinho na panela de um formigueiro, que era para as formigas devorarem-lhe a carne e o sangue e os ossos... E assanhou bem as formigas; e quando elas, raivosas, cobriram todo o corpo do Negrinho e começaram a trincá-lo, é que então ele se foi embora, sem olhar para trás.

Palavra Do Dia

stuart

Outros Procurando