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Escrevo perturbo-me de vêr o bico da minha penna Ser o perfil do rei Cheops... De repente paro... Escureceu tudo... Caio por um abysmo feito de tempo... Estou soterrado sob as pyramides a escrever versos á luz clara d'este candieiro E todo o Egypto me esmaga de alto atravez dos traços que faço com a penna... Ouço a Esphynge rir por dentro O som da minha penna a correr no papel... Atravessa o eu não poder vel-a uma mão enorme, Varre tudo para o canto do tecto que fica por detraz de mim, E sobre o papel onde escrevo, entre elle e a penna que escreve Jaz o cadaver do rei Cheops, olhando-me com olhos muito abertos, E entre os nossos olhares que se cruzam corre o Nilo E uma alegria de barcos embandeirados erra Numa diagonal diffusa Entre mim e o que eu penso...

A Grande Esphynge do Egypto sonha por este papel dentro... Escrevo e ella apparece-me atravez da minha mão transparente E ao canto do papel erguem-se as pyramides...

Qual seria a barreira litteraria diante da qual empedrou o estudantinho da Durruivos? Não sei; o latim de certo não foi, que esse ensinou-lh'o o padre Paulo, de quem elle falla nos Quadros do campo e da cidade. A esphynge da latinidade tambem me não amedrontou a mim; conservo ainda saudades do Virgilio e do Horacio, e estimo sinceramente o snr. Dantas que foi meu mestre.

A Morte, não sob uma fórma repellente e odiosa, mas attrahente como esphynge, perturbante e voluptuosa como sereia que vem cantar a sua cantilena de seducção á flôr das aguas de um verde glauco, a Morte, revestida de um mysterioso encanto subjugador e estranho, paira por sobre todas os paginas d'este livro, impregnando-as de subtil e contagiosa tristeza.