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Nestas porfias, sem victoria nem derrota, se lhe exhauriam as forças; deixava-se cahir esmorecido para cima do tapete de purpura de Tyro, cerrava os olhos, e um somno transparente, um meio-sonho, dando-lhe por momentos a posse da sua beldade, ouvindo-a, sentindo-lhe palpitar o coração, repassando-se do seu calor, o restaurava, para se tornar com mais vehemencia, em acordando, á sua adoração perpétua, ás suas cubiças insensatas.

A grande catastrophe da sahida de Carlos, seguida pelo supplicio diario das transformações sucessivas que preparavam a profanação final invasão do palacio pelos novos proprietarios tinham-lhe pouco a pouco esmorecido o fraco e cançado cerebro que conservava apenas viva, forte, implacavel a ideia da defeza d'aquelle dominio, da resistencia ás innovações.

Os dous tenues reflexos da lua tinham esmorecido nos olhos de D. Fernando: o halito de Leonor Telles queimára as lagrymas da compaixão e do remorso. "Enganas-me, ou enganas-te a ti proprio, Fernando! replicou a rainha. Tu és infeliz, e eu sei porque o és. Aborreces a pobre Leonor Telles." O tom com que estas palavras foram proferidas era capaz de partir um coração de marmore.

Mas, se a historia não é um passatempo vão; se, como toda a sciencia humana, deve ter uma causa final objectiva, ao contrario da arte que por si mesma é causa, meio, e fim da sua existencia; se no estudo da historia patria cada povo vai buscar a razão dos seus costumes, a sanctidade das suas instituições, os titulos dos seus direitos; se vai buscar o conhecimento dos progressos da civilisação nacional, as experiencias lentas e custosas, que seus avós fizeram, e com as quaes a sociedade se educou para chegar de fragil infancia a virilidade robusta; se d'essas experiencias, e dos exemplos domesticos, desejamos tirar ensino e sabedoria para o presente e futuro; se na indole da sociedade antiga queremos ir vigorar o sentimento da nacionalidade, que, por culpa não sei se nossa se alheia, está esmorecido e quasi apagado entre nós; não é por certo n'aquella brilhante épocha que havemos d'encontrar esses importantes resultados do estudo da historia; porque a virilidade moral da nação portugueza completou-se nos fins do seculo XV, e a sua velhice, a sua decadencia como corpo social, devia começar immediatamente.

D. Antonio da Costa tem sido, é, e será sempre o apostolo convicto da suada obra do bem, o propagador nunca esmorecido d'essa grande verdade chamada instrucção nacional, que aos espiritos mais levianos de Portugal se afigura ainda, e Deus sabe por que tempo se afigurará, infelizmente, uma formosa utopia de ministro poeta.

Não contradigo, meu caro respondeu ella, removendo com a o rescaldo esmorecido a primavera é que está agora conspirando contra os poetas, que lhe attribuem doçuras que não tem! Se o kalendario me não desmentisse, estava em jurar que o janeiro d'este anno augmentou, pelo menos, mais sessenta dias! Mas não está tanto frio, que se não prescinda do fogão! Não está calor que o dispense.

E o sol brando que vinha do nascente, e a palidez do céu esmorecido do seu fulgor candente do Estio, e a atmosfera quieta e orvalhada, e o silencio do campo onde desponta o prado que no inverno o cobre e é a sua túnica, cantavam com as rosas a doçura e em minha alma infundiam subtilmente os salutares enlêvos dos seus sonhos. Acordou-me de encantos a pobreza.

As virtudes politicas de nossos maiores, o seu amor de independencia, grosseiro, feroz até, se quizerem, tinham esmorecido gradualmente com as pompas dos reinados de D. Manuel e de D. João III; com o vão luxo, e com as desgraçadas riquezas adquiridas na Asia, quasi sempre por preço de immoralidades e crimes.

Abriram uma porta, que havia muito não servia, e que dava passagem para a pousada da fugitiva, e entraram. «Pessoa do sitio por quem isto soubemos, nos acrescentou, que o estado de Maria na seguinte manhã, segundo lh'o descrevêra quem acabava de a vêr, cortava o coração. As suas tranças louras e espessas tinham desapparecido. O seu rosto pendia pallido e esmorecido.

Vem as chuvádas, as inverneiras; Rugem os rios, incham ribeiras; Alagam campos, alagam leiras... Vêde a desgraça! Que ha-de êle fazer? De olhar dorído, Mal almoçádo, peor vestido, Senta-se á porta, esmorecído, A vêr quem passa... Vem o calôr do sol doirado Queimar-lhe o pão! Que ha-de êle fazer, o desgraçado Do lavradôr?