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Uma parte mais afastada da explanada Chegam HAMLET e a SOMBRA Onde pretendes conduzir-me; mais adiante não irei. Encara-me, Hamlet. Que queres? Approxima-se a hora em que me devo recolher ás chammas sulphureas e ardentes. Pobre alma! Não me lastimes, mas presta attenção ao segredo que te vou revelar. Falla, é meu dever escutar-te. Dever tambem é vingar-me depois de me teres ouvido. Que ouço!

O eterno confidente de infelizes, De quem pareces ser tão grato espelho, Que servindo para elles d'evangelho, Eu não sei que palavras tu lhes dizes, Que fico ahi por tempos esquecidos, Tão preso a escutar-te a voz das aguas, Que obtenho acalmar a dôr ás magoas E adormecer meus males tão compridos!...

A estranheza causada pelas palavras do pae, tão differentes das que esperava, perturbara-o a ponto de não saber o que dissesse. Falla, Jorge proseguiu o velho. , nunca viste em mim um confidente, porque o meu caracter serio e reservado afugentava as tuas expansões de criança; mas a doença quebrou-me e hoje posso escutar-te. Tu soffres, Jorge, e soffres por minha causa, não é verdade?

Que desgraça poderia ferir-nos ahi? que inquietações assaltear-nos? que suspeita incutir-se-nos? que ciume contristar-nos na felicidade de dias sempre eguaes? se tu quizesses... Seria pouco para mim amimar-te sempre como a uma creancinha melindrada? procurar incessantemente debaixo de tuas palpebras o olhar meigo de teus olhos azues? escutar-te muito tempo o halito a brincar-te por entre os labios? dormir com a boca presa á tua espadua, a mão inlaçada na tua mão? vêr-te todos os dias, andar, ir, voltar, mais bella, mais tranquilla, mais graça que o sonho das virgens?

Por isso eu irei ó Mar eterno! Triste e , escutar-te entre os rochedos... Duro, sombrio, esguedelhado e terno, Como a Harmonia cheia de segredos!... Podesse eu junto a mim eternamente! Sentir roçar, meu bem! o teu vestido E ó ventura! o teu bafo enfebrecido, Teu doce olhar e o teu sorrir doente! Caia do monte o cedro! a grande molle!

Tal é o meu destino miserando! Numen de sancto amor, mulher querida, Anjo do céu, encanto da existencia, Ora por mim a Deus, que ha-de escutar-te. Por ti me salve a mão da Providencia. Vem: aperta-me a dextra... Oh, foge, foge! Um beijo ardente aos labios teus voára: E neste beijo venenoso a morte Talvez este infeliz te entregára!