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Este, tudo tem de vós, com que se fez soberano, ingrato, cruel tyranno, a Deus, a vós e a nós. Este, a mais sobre todos, este credes desde a... este tem comvosco os modos de D. Alvaro de Luna. Senhor, que engano é este? como não fugis d'este homem de que tantos outros morrem por ser o seu mal de peste?
Partiu-se n'isto André, sem companhia Dos bebados que tinha despedido, Com engano seu e grande cortezia, O gesto ledo a todos e fingido. Já sobre seu asninho se subia Com vinho de que ia apercebido, E quando se desceu no aposento Não levava a borracha mais que vento.
São tão ignorantes como os utopistas de cá, que vêem em cada ricasso vindo do Brazil, qualquer cavador ou ceifador da canna de assucar. Diz o articulista que a offerta do trabalho entre nós é maior do que a procura. Engano manifesto. Em qualquer ponto de Portugal acontece justamente o inverso do que avança o protector da emigração. E no Alemtejo especialmente a procura é permanente.
«Aos 10 de Agosto de 1776, ás nove horas da noite vimos a Ilha da Boavista demorando ao Sul, e a pouco mais de huma legoa: nós pensavamos estar muito mais longe, porém então reconhecemos o nosso engano.
«Minha mãe assestou a luneta, e murmurou: Valha-me Nossa Senhora dos Remedios!... Se me não engano... «Quem é? atalhei eu. Minha mãe demorou a resposta. Os cavalleiros, no entanto, avisinharam-se a galope.
Não estava decerto só, no momento em que bebera o opio. O narcotico tinha-lhe sido dado, sem violencia evidentemente, por ardil ou engano, n'um copo d'agua.
Oh quanto o mor saber te cede humano, Por mais que de razões vá mais ornado! Ja dos idolos deixa o cego engano O Principe, da virgem namorado; Ja terno pede ao pae quanto ella pede; Ja o pae quanto lhe roga lhe concede. Ja para ti, ó virgem bella e branda, Com huma singular velocidade, Juntar se via d'huma e d'outra banda De feminil nobreza tenra idade.
De tanta voz o accento temeroso Na outra parte do rio retumbava; Quando, da phantasia O silencio rompendo, assi dizia: Corre suave e brando Com tuas claras ágoas, Sahidas de meus olhos, doce Tejo; Fé de meus males dando, Para que minhas mágoas Sejão castigo igual de meu desejo: Que, pois em mim não vejo Remedio, nem o espero; E a morte se despreza De me matar, deixando-me á crueza Daquella por quem meu tormento quero; Saiba o mundo meu dano, Porque se desengane em meu engano.
N'esta apparente singeleza de gostos ha muito espirito escondido. E, ou eu me engano muito, ou não é indifferença o que ella sente, quando me falla. E sahiu d'alli, trabalhando n'estes pensamentos.
Coitada! como não irá aquelle coração! Não ha ainda oito mezes que ella aqui passou tão contente com o marido, que era doudo por ella! Mal diriam elles! A vida é um engano!