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Com garbo magestoso a vestidura Sobraça roçagante; e assim que arrósta O Nume aterrador, na voz suave Taes expressões lhe envia: "Chorosa, amargurada, longo tempo Curva ante o Solio do adoravel Fado, Ferventes rogos, humidos de pranto, Fiz subir-lhe á presença. De Elmano, do meu Vate a vida em risco: Meu coração materno consternava: Elle era a gloria minha; ella morrêra, Se morresse o meu Vate.

Cumpria, que a Amizade suppridora Instantes affagasse amargurados, Mesmo d'entre os negrumes do Destino Tirasse hum riso a furto. Infelizes de nós, se não restasse No fundo d'alma, de sofrer cansada, Divino não sei que, que aos males todos Nos torna sobranceiros. Eia, pois ao porvir se appelle, Elmano, Fonte de gostos, ideaes amenos, O Fôlego alargando ao soffrimento, Leda Esperança ondêa.

Nestóreos Dias, que sonhava Elmano, Brilhantes de almos gostos, de aurea Sorte, Pomposa Fantasia, audaz Transporte, As azas cerceai do Orgulho insano. Plano de hum Numen contradiz meu plano, E quer que se esvaeça, e quer que abórte: Eis, eis palpita, precursor da Mórte, No túmido aneurisma o Desengano.

Inflammado com elle, ao som da Lira Quebrava dos Tufões a força, a ira, E o venerando Téjo socegado, A cuja fresca praia o trouxe o Fado, Mil vezes, para ouvir-lhe as ternas mágoas, A limosa cabeça ergueo das Agoas. Cégo, convulso, pállido, e sem tino Entrava na Cabana de Francino O desditoso Elmano.

Vate, que adoro, portentoso Elmano, Imagem do Saber, do Pindo gloria, Apollineo Cantor, Cantor divino Dos Jardins, onde impéra a Natureza; Escuta os versos meus, escuta os versos, Que dicta o coração, dicta a amizade. Depois, com que pezar o pronuncio!

Inda, Cysne do Téjo, inda teu Canto, Bem que rouco, s'escuta; e em desconsolo das Musas te chora o Côro santo. Quando não ergas o mellífluo collo, Quem restará chorar-te? Hum Deos em pranto Se ha de então vêr, chorando o mesmo Apollo. Por Thomaz Antonio dos Santos, e Silva. Em resposta ao antecedente: Elmano a Tomino.

Revive, Elmano, pois no Ethereo Reino; Que eu, em quanto tiver vitaes alentos, Heide em ti prantear d'Amigo a falta, E de Vate, e de Heróe ceder ao pasmo. José Joaquim Gerardo de Sampaio. Alludo ao aneurisma, huma das principaes molestias, que o atormentão. Ao Senhor Manoel Maria de Barbosa du Bocage, achando-se o A. molesto. O Sabio não vai todo á sepultura, Na memoria dos homens brilha, e dura.

Nesta horrivel morada da saudade, Onde chóro, e lamento o teu Destino, Dirijo preces mil ao Ser Divino, Que dicta o coração, dicta a amizade. Fiel inclinação, pura verdade Repete ardentes votos de contino: Tranquillo supportára o mal ferino, Se podésse escusar-te a Enfermidade. Quanto fôra feliz, meu caro Elmano, Se a vida, que te offerto, vida escura, En teu lugar soffrêra o cruel dano;

E pois, Elmano, te guindas-te ao cume Do Horizonte, onde és Sol de Lysia aos Vates, Cujas centelhas dão calor aos Genios, Dão brio, dão vigor para ir á gloria, Postergando montões de vis insectos De ephemerico ser, d'aspecto ingrato; Não deves estranhar, que Atropos dura Se antecipe a cortar-te o fio á vida; Ella, que sem respeito ao Môço, ao Velho, Se apraz de encher de lucto, e pranto o Mundo.

Aos males na constancia ser sobejo A poucos dado foi; Elmano o póde: , que hum novo troféo gloríe o Téjo. Moniz. Ao Senhor Manoel Maria de Barbosa du Bocage, em resposta ao Soneto pag. 6., pelos mesmos coasoantes.

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