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Segundo o phantasioso chronista, Fernão de Magalhães não morreu ás mãos dos indigenas da ilha de Mactan, mas sim no banquete do rei de Zebú, tendo ficado vencedor em Mactan, o que discorda completamente de todos os chronistas que referem esta viagem e das declarações feitas por Sebastião de Elcano e seus companheiros, no processo instaurado em Sevilha no anno de 1522.

A fortuna vária não deixou pois a Magalhães gosar os fructos da sua gloriosa empresa; outro colheu os louros e os brasões de tal feito; mas não é o nome d'este afortunado que a historia commemora; não é a Sebastião de Elcano que a sciencia venera e agradece os beneficios que lhe legou, e sim a Fernão de Magalhães, porque foi elle que lidou para obter os navios em que devia fazer a travessia dos mares, e com que custo o conseguiu elle! foi Magalhães que dirigiu os mareantes e os reduziu á obediencia tantas vezes quantas contra elle tentaram revoltar-se; foi elle que affrontou a resistencia dos homens e a furia dos elementos; que, zombou das tempestades e jogou a vida quando, todos e tudo conspirava contra ella, e levou avante a sua idéa, incutindo animo quando todos desfalleciam, e assim chegou ao fim, circumnavegando os mares, passando de um mar ao outro, sem outro guia que os seus proprios calculos, deixando ao mundo aberta a passagem para o mar do sul, passagem que nenhum navegador antes d'elle lograra encontrar.

Carlos V, que chegara da Allemanha, ao saber a boa nova escrevia a Sebastião de Elcano, ordenando-lhe que fosse á sua presença a contar-lhe da viagem: «E quero, dizia, que me informeis mui particularmente da viagem que haveis feito, e do que n'ella succedeu, e vos mando que, logo que esta vejais, tomeis duas pessoas das que comvosco vieram, das mais cordatas e de melhor razão, e vos partais com ellas para onde eu estiver, que por este correio escrevo aos officiaes da Casa de Contractação das Indias, que vos vistam e vos assistam com todo o necessario a vós e ás dictas duas pessoas».

D'ahi lhe resultou seguramente o ser deposto por seus companheiros que, reunidos, resolveram dar o commando da Trindade a Gonçalo Gomez de Espinosa, e o da Victoria a João Sebastião de Elcano, fidalgo biscainho, que até ahi se conservara na sombra.

A Victoria teve, por isso, de largar precipitadamente, não sem lhe ficarem em terra doze homens prisioneiros dos portuguezes. Finalmente a 6 de setembro de 1522 chegava á bahia de S. Lucar de Barrameda a Victoria, commandada pelo afortunado Sebastião de Elcano e com dezoito homens dos 265 que tres annos antes haviam partido na expedição.

Primus circumdidisti me. Foste o primeiro que me circumdou. Foi esta a divisa que Carlos V, o imperador, escreveu na esphera que encimou o brazão de Sebastião de Elcano, o afortunado piloto castelhano, que do mar do sul trouxe a S. Lucar de Barrameda, a nau Victoria, com a noticia da descoberta das ilhas Mariannas, tendo dado a volta ao mundo.

Moveu-a a intriga e o despeito de um escravo de Magalhães, que era o lingua da expedição, pelo que refere Pigafetta e conforme o que Sebastião de Elcano declarou no inquerito que, em 1522, se levantou sobre a viagem de Magalhães e tragico fim do valoroso capitão.

Sebastião de Elcano apressou-se a ir á presença de Carlos V, que estava em Sevilha, fazendo-se acompanhar de Pigafetta, o qual apresentou ao imperador um livro manuscripto, relatando dia a dia a viagem de circumnavegação. Carlos V ficou maravilhado e encheu de honras e pensões Sebastião de Elcano, mais afortunado que Fernão de Magalhães a quem essas honras e pensões deviam pertencer.

Afortunado chamámos a Sebastião de Elcano, e que maior fortuna que colher os loiros que deviam cingir a fronte de outro, a quem a sua estrella lhe anoitou a existencia depois de o ter guiado á victoria! E que outro podia ser que um portuguez a devassar os mares, a circundar o globo?!

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