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Foram mostrar-lhe a tia Dorotheia e a tia Pulcheria o oratorio a que ardiam velas em promessa. Proclamavam o milagre, e esperavam que elle se rendesse, caíndo de joelhos, agradecendo o dom do ceu. Mas a ellas se mostrou grato, beijando-as, tornando-se de novo a creancinha em que não podiam adivinhar o rude soldado da vespera. Debatiam-se agora as tres velhas n'um grave caso de consciencia.

Ficou por muito tempo sentado no poial de pedra da janella, a fronte apoiada na mão esquerda, os dedos entre o cabello castanho anelado, anediando o ligeiro buço, os olhos pregados na quinta dos Folhadaes, pensando no que devia fazer. Ao tocarem matinas na , começou a preparar-se para saír. Do quintal bateu palmas a tia Dorotheia.

Julio de Montarroyo não occultara de D. Aurelia o encontro com o Tomba e a missão de que o encarregara na esperança de poder descobrir, com a existencia de madre Paula, qualquer indicio do destino que tomara a irmã Dorotheia. Uma coisa que extraordinariamente me preoccupa e mortifica, dizia elle não é tanto a ingratidão de Helena como é este mysterio que pesa sobre a sua existencia!

Pulcheria, magra e sêcca, nervosa, solteirona, alludia á chegada do navio de Lisboa, sublinhando com intenção. E Dorotheia, viuva, mais prompta á lagrima, supplicou-lhe: Não te vás meter em trabalhos. Não se fala senão de vinganças, de prisões, credo! apoiou Pulcheria.

Ó tia!... interveiu sorrindo. Se não has-de defendel-os, não fosses todo do Juvencio! commentou Pulcheria, mais directamente ferida pelo gôro. Dorotheia censurou, muito sentida: Estás sempre metido na botica a lêr as gazetas, e decerto vaes encafuar-te a saber o que veiu de Lisboa, essa Babilonia, Sodoma e Ghomorra, a corrupta e devassa Lisboa, como préga, acceso em santas iras, fr.

Disse-lhe que estava a irmã Dorotheia, muito doente e que lhe mandava pedir p'ra ella vir vê-a... Ora agora, o sr. Julinho arranje as coisas de modo que não me deixe ficar por mentiroso... Você está doido, mestre? Como quer que eu sustente essa mentira, se Helena não está aqui nem eu tenho noticias d'ella? Não sei, sr.

E dirigindo-se a Paulo: Vae, meu filho, vae até á bibliotheca com o teu amigo a quem pedirás desculpa da minha impertinencia... Quando os dois sahiram, madre Paula, voltando-se para o Padre Filippe, exclamou: Helena de Noronha, a irmã Dorotheia, vive ainda! Como o sabes? perguntou o padre Filippe surprehendido. ! E apresentou-lhe a carta de Helena.

No entanto, dois titulos tornam digna esta desconfortavel habitação da subida honra de abrigar sob o seu tecto a superiora do Sardão: o primeiro vem a ser o soccorro espiritual prestado a um enfermo que ardentemente o deseja e implora; e o segundo o facto de ter sido esta, outr'ora, a casa de uma das amigas mais intimas de v. ex.^a, a irmã Dorotheia, conhecida no seculo por Helena de Noronha.

Illuminado o quarto, deixou de vêr na penumbra o tenue esboço dos Folhadaes, mas quedou-se no mesmo sitio, esperando que o pontear de luzes lhe fôsse dando referencias para o reencontrar. Gritou lhe de baixo a tia Dorotheia: Ahi vae uma visita. Descontente por irem perturbal-o, não acertava com quem fôsse, nem conhecia os passos pesados, vagarosos e tropegos, subindo para a torre.

Veiu de dentro benzendo-se tambem a tia Dorotheia, mais pesada, mais gorda, encher a talha no perenne jorro d'agua gorgolejando no tanque, onde os peixes vermelhos mostravam o amplo e fundo d'essa abundancia de agua, trasbordando para a grande pia de lavar, dando viço aos cravos, rosas, secias e perpetuas dos canteiros, á madresilva da janella, á abobora do telhado do forno, ao de vinha nascido de encontro á pedra do fundo, desenvolvendo-se em ramadas junto da arquinha onde se espetava a bica de ferro.

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