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Virgem, tu que sofreste a tragica Paixão, Com os peitos golpeados, Tirae-me o coração, Arrancai-m'o aos bocados! Viste o heroico Jesus, o Propheta incançavel Nos braços d'uma Cruz, Olimpica Rainha, E apesar d'essa dôr enorme e incomparavel Não sei qual foi maior, se a tua dôr, se a minha! Perdi o noivo! e eu quiz que nunca mais bradasses Na tua bronzea voz! ó Sino, que irrisão!

um homem ralar-se com a politica do reino, ter consciencia de sua altissima missão, comprehender o direito divino, recalcar no coração a piedade e ser cruel contra o proprio filho meio louco de amor e que a dôr tornaria completamente louco, contra os infantes seus netos, contra a formosa fidalga chorosa, que deixava espalhar pelos hombros os fartos cabellos pintados de loiro!

Durante a doença, aos accessos agudos da dôr, respondia elle com esses sarcasmos mordentes e rebrilhantes, que tinham sido sempre a sua desforra querida perante um adversario mais forte.

Ali quer que as aquaticas donzellas, Eſperem os fortiſsimos barões, Todas as que tem titolo de bellas, Gloria dos olhos, dor dos corações, Com danças, & coreas, porque nellas Influirâ ſecretas affeições, Pera com mais vontade trabalharem De contentar a quem ſe affeiçoarem.

E o écco eterno Que em vez de voz, repete os esplendores, Confuso co'as mil ondas tumultuosas Parecia tempestade de harmonia. Todo o céo se inclinava, incendiado N'uma aurora boreal prodigiosa, Vendo o truão horrivel do infinito! Foi então que o Abysmo, o triste escravo Dos senhores da luz partido, oppresso Co'a immensa dôr d'aquelle rir, não pôde Suster-se mais.

Se a angustia me opprimia em continua tortura, Para allivio a esse mal, que ninguem consolava, Como alguem que a si proprio illudir-se procura, Precisando de ouvir a minha voz cantava! Echo do meu soffrer, de tão fundo partia, Que deixando ao passar todo o amargo travor, Essa voz, rara vez, murmurando trahia O secreto pungir da primitiva dor.

Eu de perdê-la desenganado, De magoa afflicto, de buscar cançado, Voltar queria a ver teu lindo rosto; Mas dava gosto a mim, e a ti desgosto: Eu a dor da saudade em mim curava; Mas na nova, nova dor te dava.

Com effeito, era um diario das impressões do finado, especie de memorias secretas, confidencias do homem a si mesmo. Grande foi a commoção dos amigos; lêl-o era ainda conversal-o. Tão recto caracter! tão discreto espirito! Benjamim começou a leitura; mas a voz embargou-se-lhe depressa, e João Braz continuou-a. O interesse do escripto adormeceu a dor do obito. Era um livro digno do prelo.

He nos revézes que apparece o Sabio, Que d'hum peito atravéz, que a Dor crucîa, Reluz hum coração, virtudes todo: Nunca d'Athenas o lustroso esmalte, O Mestre da Moral, o Deos dos Sabios, D'alma heroica mostrou mais nobres rasgos, Que ao entrar na prizão com rosto alegre, E ao beber a cicuta airoso, e forte.

Tua dôr, teu prazer existem, passam, Sem porvir, sem passado, e sem sentido. Nas angustias da vida, o teu consolo O suicidio é , que te promette Rica messe de goso, a paz do nada! E ai de ti, se buscaste, emf­im, repouso, No limiar da morte indo assentar-te! Alli grita uma voz no ultimo instante Do passamento: a voz atterradora Da consciencia é ella.