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Ri-te de mim... A tua boca, ao abrir-se n'um riso, é uma flor de nácar e prata... A principio, procurei-te... Depois, como a tortura fosse muita, quiz fugir da tua imagem. Fui para Sevilha onde tudo é Amor e resplandece. Deixáras de escrever-me... sabia que não pensavas em mim. Ali, tudo é alegre e luminoso. O sol é o sangue da cidade... Doira a planicie e as palmeiras de S. Fernando.

Vós ides com a vossa ideia; elle vae com a sua. Vós procuraes um horisonte; elle procura outro. Vós quereis aproveitar o dia; elle quer esperar a alvorada. Ris-vos! Pois se o sol desencadea das alturas torrentes de luz, dizeis vós, se tudo é azul e oiro no céo, elaboração e abundancia na terra, como é que o peregrino vae a procurar a aurora que se illumina apenas de palidos diluculos, e não aquece o mundo, e não fecunda a gleba, e não doira as aguas? Toda a gente vos dará rasão, porque a humanidade costuma legislar para as circumstancias normaes da vida, para as temperas vulgares que seguem a rotina do vicio ou da virtude, para as abelhas que volitam em inalteravel rotação em derredor da grande colmea do mundo, e não vos obrigam a suppôr o caso extraordinario de desertar uma do enxame e ir procurar em jardins remotos os sucos com que ha-de encher de mel o seu favo. Ah! não riaes.

A liberdade, que nós andavamos servindo, é essa que nos desbalisa e nivela com os filhos dos criados de nossos avós. Boa a fizeram... resmuneou o fidalgo. Nada fizemos: foi o tempo. A luz, que doira e aquece as penedias dos montes, não é d'ellas, é do sol. O fructo não se enverdece e sazona a si: é o calor dos dias successivos. O instrumento obedece ao impulso; a ideia é o motor do braço.

Ó almas que viveis puras, immaculadas Na torre do luar da graça e da illusão, Vós que ainda conservaes, intactas, perfumadas, As rosas para nós ha tanto desfolhadas Na aridez sepulchral do nosso coração; Almas, filhas da luz das manhãs harmoniosas, Da luz que acorda o berço e que entreabre as rosas, Da luz, olhar de Deus, da luz, benção d'amor, Que faz rir um nectario ao de cada abelha, E faz cantar um ninho ao de cada flor; Almas, onde resplende, almas, onde se espelha A candura innocente e a bondade christã, Como n'um céo d'Abril o arco da alliança, Como n'um lago azul a estrella da manhã; Almas, urnas de , de caridade, e esp'rança, Vasos d'oiro contendo aberto um lirio santo, Um lirio immorredoiro, um lirio alabastrino, Que os anjos do Senhor vem orvalhar com pranto, E a piedade florir com seu clarão divino; Almas que atravessaes o lodo da existencia, Este lodo perverso, iniquo, envenenado, Levando sobre a fronte o esplendor da innocencia, Calcando sob os pés o dragão do peccado; Bemdictas sejaes, vós, almas que est'alma adora, Almas cheias de paz, humildade e alegria, Para quem a consciencia é o sol de toda a hora, Para quem a virtude é o pão de cada dia! Sois como a luz que doira as trevas d'um monturo, Ficando sempre branca a sorrir e a cantar; E tudo quanto em mim ha de bello ou de puro. Desde a esmola que eu dou á prece que eu murmuro

Depois da primeira frase, em que a sêde de amor lhes doira a vida, quantas não reconhecem no convívio que o seu ídolo moral é um canalha, e que o amoroso é o macho sordido, sem delicadeza, sem ternura contundente, ferocíssimo, legal...

Quedei-me ali muito tempo, a seguir esta ordem de pensamentos. No entanto, o ceu fôra devassado pelo hilariante clarão com que este bemdito sol da minha terra doira todas as coisas, em sua munificencia de soberano insupplantavel.

As gottas d'aquella agua turva cahem qual oiro liquido, trespassadas pelo sol, n'um chuveiro de faiscas. Eis estrellas! exclama commovido. Perdão, é apenas como te disse, um charco, um desprezivel charco. Habitua-te primeiro a vêr. Quero vêr mais! Habitua-te primeiro a vêr... O sol que tomba a flux corre, afoga, doira, penetra os sêres e as coisas.

Os rebanhos ociosos não desdenham tôjo em flor, que te doira o chão das mattas, d'onde envôltos co' os trémulos balidos, veem cantos de amorosas guardadoras endoidecer teu ecco. Os caminheiros abençôam-te a sombra; aqui teem fonte, que em tua relva, ao fresco das parreiras, detém, dessedentando-as, caravanas que vão ou veem no alpestre Caramulo.

Por certo que se não desvirtua a poesia, seguindo por taes veredas; mas o genio não tem peias nem limites: veste de luz o lirio dos valles; alumia a estrada ao caminheiro da vida; doira as arestas do serro escalvado; enche a noite de luz; de fulgores inunda o espirito, e não sei por quantos mundos nos leva a alma absorta!

O sol doira Seu cabello, Que tem a côr da geada: Para passar o novello, A velhinha De vez em quando sustinha A gemente dobadoira, Em que anda branca meada. Na dobadoira que gira, Como a mente que delira, Nem toda a attenção pondo; Nem no novello redondo, Augmentando Ao passo que o fio tira, Todo o seu cuidado emprega! Pobre e cega, Anciada, de quando em quando Com que tristeza suspira!

Palavra Do Dia

stuart

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