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E por isso, e por se provar em uma inquirição que se contra o Arcebispo tirou, que brasfemara do Senhor que o fizera, a cidade com sua cleresia appellaram d'elle e o suspenderam de suas rendas e dinidade; e se enviaram queixar d'elle á Apostolica por um João Lourenço Farinha, cidadão e pessoa de saber e auctoridade, com supplicatorias em nome d'El-Rei e dos Infantes.

A Condessa como chegou á sua terra manifestou logo sua querella a seus parentes, que eram Nobres, e grandes homens no Reino de França, por cujo concelho, e ajuda, ella se enviou logo querelar ao Papa, que então era em França, noteficando-lhe largamente todo o que com seu marido passára no Reino de Portugal, pedindo a Sua Santidade que com suas Excommunhões, e Cençuras mandasse apartar El-Rei Dom Affonso seu marido, da Rainha Dona Breatiz, que como Christãos, não podiam cazar, como cazaram; e mandasse que recebesse a ella para ter a honra, dinidade, e terras que de direito, como sua verdadeira molher lhe pertencia.

Mas não se seguiu assi, porque o filho que era moço, falleceu primeiro que o pae que era mui velho, como se dirá. De como falleceu o filho do Infante D. João que era Condestabre, e como o filho maior do Infante D. Pedro foi d'aquella dinidade provido, que foi causa e fundamento da morte do dito Infante D. Pedro

E estas virtudes pera outras molheres nom costumadas, vendo-as fazer tam sem paixam á Rainha sendo mui moça, cauzavam ha todas mui grande maravilha, mas ElRei D. Diniz averguonhado destas suas fraquezas, e temendo ha Deos pór emenda de sua justiça, e assi por apaguar nodas, que tanto danavam ha limpeza de sua Real dinidade, e singular condiçam se apartou dellas inteiramente, e com grande serenidade se privou de todos estes defeitos, e se poz no direito, e verdadeiro caminho, que devia, e sempre atée sua morte ho seguio, e guardou.

N'este anno em chegando El-Rei d'armada, fez em Lisboa novamente conde de Penella D. Affonso de Vasconcellos seu sobrinho, o qual por sua nobre linhagem e singulares serviços e grandes merecimentos, aquella e outra maior dinidade, tinha a El-Rei e ao reino bem merecida. Tomou o Principe D. João sua casa

E ao tempo que este Rei Dom Sancho começou de Reinar em Portugal, governava os Reinos de Castella, e de Lião sua tia, a Rainha Dona Biringela, molher que foi del-Rei Dom Affonso de Lião, com El-Rei Dom Fernando seu filho, a qual era tia deste Rei Dom Sancho, irmã da Rainha Dona Orraca sua madre, e porque a Rainha Dona Biringela, a que este Rei Dom Sancho ficou encomendado, era Princeza de mui singulares virtudes e Reaes perfeições, e muita prudenia, doendo-se da governança de Portugal, e de uma evidente sua perdição, a que decrinava, ella muitas vezes enviou a conselhar a seu sobrinho assi bem, e verdadeiramente como a elle, e ao Reino compria, e principalmente pera fundamento de sua maior liança de o querer cazar, como seu Estado, e dinidade Real requeria.

E assi prouve ao Regente a requerimento do conde que seu cunhado D. Pedro, o Arcebispo de Lisboa, que andava em Castella desterrado, fosse como foi á sua dinidade restituido, e lhe outorgou para si e para os seus outras muitas graças e mercês, a que depois seu agardecimento não respondeu com egual balança.

Ha que ElRei respondeo: «Que lhe parecia couza muito contra razaõ, e seem justiça dar ha estes pena sem culpa, e fazerlhes maal tendolhe beem mercee merecida, e que fazendolho nom sabia, que conta daria desso ha Deos, e aho mundo, aho que por sua Reaal dinidade era obriguado», e porém por comprir, e asegurar ha vontade do Ifante seu filho prouvelhe outorgar todo o que quiz, e lhe pedio.