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Oh! rapazes! digo-lhes que até me parece que não era necessario que o papa a fizesse santa para que o povo a adorasse! Pois então se aquella não fosse santa quem é que o havia de ser? Dizem que mudava o ouro em rosas, e rosas em ouro. Isso creio eu, que aquellas bentas mãos haviam de mudar em flores tudo em que tocassem, porque eram, como o outro que diz, mãos puras e boas, como a aragem de maio!

Morreu em 1750 esse rei que não fez nada bom em Portugal, a não ser as Aguas-Livres. Pouco mais dinheiro gastou que se podesse dizer que fosse bem gasto. E digo-lhes que, se vocês olharem para o paiz, até lhes ha de fazer pena.

Digo-lhes, rapazes, que aquillo é que foi uma idéa, e olhem que não nos serviu então, tambem na guerra da peninsula foi o que nos valeu, e, aqui para nós, não me parece que fizessem muito bem em deitar abaixo aquella historia.

Bato á porta dos correligionarios mais endinheirados de Lisboa e digo-lhes que preciso de vir ao norte combinar com os nossos amigos um golpe decisivo, mas que não posso vir sem dinheiro, porque elle é, ainda hoje como sempre, a grande arma, a suprema força.

Succedeu-lhe Filippe III, e esse tinha um primeiro ministro chamado conde-duque de Olivares, que imaginou que havia de acabar com os privilegios das provincias, principalmente com os de Portugal. Não pensava n'outra cousa, de fórma que deixava ir as colonias, e no Brazil os hollandezes tinham tomado raizes, e estavam senhores de Pernambuco. Mas os portuguezes começaram a achar a brincadeira pesada e a refilar ao Olivares. Em 1637 rebentou uma revolta em Evora, foi logo apagada, mas com muito sangue. Peor para o caso. Os fidalgos, que andavam tambem damnados, principiavam a conversar com o duque de Bragança, D. João, e a apalpal-o para ver se elle quereria a corôa. O duque não dizia nem que sim, nem que não. Mas n'isto a Catalunha, que tambem não perdoava ao Olivares a sem-ceremonia com que elle lhe queria tirar os seus antigos privilegios, revolta-se. Boa occasião! Os fidalgos, em Lisboa, sentiam-se cada vez mais dispostos a mandar os hespanhoes para o diabo. O Olivares não fazia senão desesperal-os e atiçal-os. Tinha-lhes dado por governador a duqueza de Mantua, e para secretario do governo um portuguez, Miguel de Vasconcellos, que era mais damnado contra os seus patricios do que se fosse hespanhol. Emquanto deixava perder as colonias portuguezas, Olivares levava os nossos fidalgos e os nossos soldados para as guerras de Flandres e da Catalunha. Lembra-se emfim de dar ordem ao duque de Bragança para que para Madrid. Então é que se não podia estar com pannos quentes. Os fidalgos dizem ao duque de Bragança: Ou acceita a corôa, ou nós pomo-nos em republica. O duque, a final, disse que sim. Com a bréca! aquillo foi um momento. Era um punhado de homens, os que andavam assim a conspirar; elles não sabiam se podiam contar com o povo, nem se não podiam, conspiravam ás claras, que parece que em Lisboa todos sabiam da conspiração menos os hespanhoes; reuniam-se umas vezes em casa de João Pinto Ribeiro, outras vezes em casa de D. Antão de Almada, no jardim. No dia 1 de dezembro de 1640 saem todos para o meio da rua. Eram quarenta, pouco mais ou menos. Chegam ao paço, matam o Miguel de Vasconcellos, agarram na duqueza de Mantua e fecham-n'a á chave, desarmam a guarda, abrem as janellas, e dizem a quem ía passando: Viva o duque de Bragança, rei de Portugal! viva o sr. D. João IV! O povo diz-lhes de baixo: Viva! e viva, e viva! e eram uma vez os hespanhoes, e d'ahi a pedaço estava tudo tão socegado como se não tivesse havido cousa nenhuma, e os hespanhoes tinham desapparecido; e aqui têem vocês como se faz uma revolução quando ella está na vontade de todos. Digo-lhes, rapazes, que este dia 1 de dezembro consola uma pessoa. Parecia que o paiz não tinha feito senão acordar de um pesadello. Aquillo foi saltar da cama abaixo, e elle ahi estava de , todo pimpão como em outros tempos. E sabem vocês porque isto foi?

Hão-de esgotar o calix da ignominia até as fézes. Elles dizem do pulpito abaixo que era melhor que eu não tivesse falado em tal; e eu digo-lhes da imprensa, do meu pulpito, que era melhor continuarem a aleijar o latim do breviario e do missal, e deixarem-me em paz escrever a historia verdadeira do meu paiz.

Palavra Do Dia

stuart

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