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Bernardo de Mandeville, que nasceu em 1670, comenta nestes belos termos os hábitos carnívoros que ao tempo deveriam estar em plena expansão entre nobres e gente abastada: «Muitas vezes pensei que, se não fosse pela tirania que o costume exerce em nós, os homens duma natureza medianamente boa nunca se reconciliariam com a acção de matarem tantos animais para seu sustento quotidiano, enquanto a liberalidade da terra tão abundantemente lhes faculta as delicadas variedades de vegetais. Sei que a razão nos provoca a compaixão mas frouxamente, e por isso não me admira que os homens sejam tão desapiedados com criaturas imperfeitas como o caranguejo, a ostra, a ameijoa e, em geral, todo o peixe, porque são mudas e o seu intimo e a sua configuração externa largamente diferem de nós. Para nós, exprimem-se ininteligivelmente, e por conseguinte não é de estranhar que a sua dôr não afecte o nosso entendimento que ela não alcança; pois coisa alguma nos move mais seguramente

Tudo isso é muito curioso, sem embargo, para as imaginações infantis, mas difere do que antigamente se fazia apenas naquelas minguadas proporções em que os brinquedos das lojas de Paris diferem dos que alegravam as mocinhas de Corinto antes de Cristo vir ao mundo.

«Animais perfeitos como as ovelhas e os bois, nos quais o coração, o cérebro, e os nervos diferem tão pouco dos nossos, e a separação do sangue e do espírito, os órgãos dos sentidos, e por consequência o próprio sentimento, são os mesmos que são em criaturas humanas, não posso imaginar como um homem que não esteja endurecido no massacre e no sangue póde vêr indiferente a sua morte e as agonias em que ela se consuma.

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