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Via eſtar todo o Ceo determinado De fazer de Lisboa noua Roma, Não no pode eſtoruar, que deſtinado Eſtâ doutro poder que tudo doma, Do Olimpo dece em fim deſeſperado, Nouo remedio em terra buſca, & toma, Entra no humido reino, & vaiſe aa corte Daquelle, a quem o mar cayo em ſorte.

Vos poderoſo Rei, cujo alto Imperio, O Sol logo em naſcendo ve primeiro: Veo tambem no meio do Hemiſpherio, E quando dece o deixa derradeiro. Vos que eſperamos jugo & vituperio, Do torpe Ismaelita caualleiro: Do Turco Oriental, & do Gentio, Que inda bebe o licor do ſancto Rio.

Huma admiravel herva se conhece, Que vai ao sol seguindo de hora em hora, Logo que elle do Euphrates se fóra, E quando está mais alto, então florece. Mas quando ao Oceano o carro dece, Toda a sua belleza perde Flora, Porque ella se emmurchece e se descora: Tanto co'a luz ausente se entristece!

Dos caualos o estrepito parece Que faz, que o chão debaixo todo treme, O coração no peito, que estremece De quem os olha, ſe aluoroça, & teme: Qual do caualo voa, que não dece, Qual co caualo em terra dando, geme, Qual vermelhas as armas faz de brancas, Qual cos penachos do elmo açouta as ancas.

Ia pelo ar o Cylenêo voaua, Com as aſas nos pês aa terra deçe, Sua vara fatal na mão leuaua, Com que os olhos canſados adormece: Com eſta, as triſtes almas reuocaua, Do Inferno, & o vento lhe obedeçe. Na cabeça o galêro coſtumado, E deſta arte a Melinde foy chegado.

Busca o Senhor mais rico a mor pobreza; Que, como ao mundo o seu amor descobre, De palhas vis o corpo tenro cobre, E por ellas o mesmo ceo despreza. Como? Deos em pobreza á terra dece? O qu'he mais pobre tanto lhe contenta, Qu'este somente rico lhe parece. Pobreza este Presepio representa; Mas tanto por ser pobre ja merece, Que quanto mais o he, mais lhe contenta.

E tanto que ElRei chegou ha Santarem, logo mandou ha Lourence Anes Redondo, que jaa estava no alcacer de Leiria, que logo dece passe, e matasse todos aquelles que deraõ entrada da Villa aho Ifante, em comprimento do quaal, decepou, e queimou nove homens dos melhores, e mais principaaes da Villa.

Olha hum Meſtre que deçe de Caſtella, Portugues de nação, como conquiſta A terra dos Algarues, & ja nella Nem acha que por armas lhe reſiſta, Com manha, esforço, & com benigna estrella Villas, castellos toma a eſcalla vista: Ves Tauila tomada aos moradores, Em vingança dos ſete caçadores.

Nas mãos do Coro Angelico, que dece, S'entrega; e vai lograr a vida eterna, Que com morte tão justa se merece. Vai-te, alma, em paz á gloria sempiterna; Vai, que quem por a Lei sacra e divina A sólta, áquelle a que o ceo governa. Mas se de tal valor foi morte dina, A ausencia que do gôsto nos saltêa, A perpétua saudade nos inclina.

Olha aquelle que deçe pela lança, Com as duas cabeças dos vigias, Onde a çilada eſconde, com que alcança A cidade por manhas & ouſadias: Ella por armas toma a ſemelhança Do caualleiro, que as cabeças frias Na mão leuaua, feito nunca feito, Giraldo ſem pauor he o forte peito.