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Da vibora he verdadeiro, Se a consorte vai buscar, Qu'em se querendo juntar, Deixa a peçonha primeiro, Porque lh'impede o gerar. Assi quando m'apresento Á vossa vista inhumana, A peçonha do tormento Deixo á parte, porque dana Tamanho contentamento. Querendo Amor sustentar-se, Fez huma vontade esquiva D'huma estatua namorar-se: Despois, por manifestar-se, Converteo-a em mulher viva.

Logo então vi a image e semelhança Daquella humana fera tão formosa, Suave e venenosa, Que me criou aos peitos da esperança; De quem eu vi despois o original, Que de todos os grandes desatinos Faz a culpa soberba e soberana. Parece-me que tinha fórma humana, Mas scintilava espiritos divinos.

Mas deſpois que as estrellas o chamarem, Socederâs ô forte Mozcarenhas, E ſe injustos o mando te tomarem, Prometote que fama eterna tenhas: Pera teus inimigos confeſſarem Teu valor alto, o fado quer que venhas A mandar, mais de palmas coroado, Que de fortuna juſta acompanhado.

Porem deſpois tocado de ambição, E gloria de mandar amara & bella, Vay cometer Fernando de Aragão, Sobre o potente Reino de Caſtella, Ajuntaſe a inimiga multidão, Das ſoberbas & varias gentes della, Deſde Caliz ao alto Perineo, Que tudo ao Rei Fernando obedeceo.

Por ver se posso agora a meus cuidados Achar algum repouso, algum socêgo, Atravessando vou montes e prados. Passei as claras ágoas do Mondego, Das Lusitanas Musas charo ninho; As do Douro despois em turvo pégo. Daqui continuando meu caminho, Espero ver a casa aos ceos acceita, Na terra que da nossa aparta o Minho.

S'esta dor tão conhecida Me não vem, porque não querem, Que farei para ma crerem? Se se pudesse bem ver Quanto callo, e quanto sento, Despois de tanto tormento Cuidaria alegre ser. Mas se não me querem crer Olhos, que tão mal me ferem, Que farei para me crerem? Vosso bem querer, Senhora, Vosso mal melhor me fôra. Voltas.

La no ſeio Eritreo, onde fundada Arſinoe foi do Fgipcio Ptholomeo, Do nome da irmã ſua aſsi chamada, Que deſpois em Suez ſe conuerteo, Não longe, o porto jaz da nomeada Cidade Meca, que ſe engrandeceo Com a ſuperstiçam falſa, & profana, Da relegioſa agoa Maumetana.

Em vão levantará meu baixo estilo Vosso Pontifical, novo ornamento; Pois no ventre o immortal merecimento Vo-lo talhou, para despois vesti-lo. Tardou, mas veio; que a quem mais merece Vir o premio mais tarde he sempre certo, Inda que vez alguma venha cedo. Os ceos, que do primeiro estão mais perto, Mais devagar se movem. Quem conhece, Sôbre aquelle segredo, este segredo!

De alcançar outro bem cesse a porfia; Cesse todo applicado pensamento De tudo quanto contentamento, Pois contenta ao corpo a terra fria. Não cuides tu que o justo Julgador Deixará tuas culpas sem tormento, Nem que passando vai o tempo lento Do dia de horrendíssimo pavor. Não gastes horas, dias, mezes, anos, Em seguir de teus damnos a amisade De que despois resultão mores danos.

Quem fosse acompanhando juntamente Por esses verdes campos a avezinha, Que despois de perder hum bem que tinha, Não sabe mais que cousa he ser contente! E quem fosse apartando-se da gente. Ella por companheira e por vizinha, Me ajudasse a chorar a pena minha, E eu a ella tambem a que ella sente!

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