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D. Maria soffreu voluntariamente algumas horas de martyrio n'aquella casa, e ouviu com enchutos olhos contar a uma de suas primas a historia da morgada de Carrazedo, mulher perdida por amor de um judeu da Guarda com quem casara. Soube como tinha sido desherdada e amaldiçoada pelo pae á hora ultima; agradeceu as sôpas que lhe deram os possuidores do seu grande patrimonio, e seguiu seu caminho.

O Bom Deus que proteje a innocencia, De quem são nossos cantos de amor; Desherdada é sómente a existencia, Do infeliz que descrê do Senhor! Dos thesouros de affecto que encerra Entre vós maternal coração, Quem vos faz a nós orphãos na terra, Repartir d'esse affecto um quinhão?

A mulher transviada por esta falsa comprehensão do seu destino, aspira a ser bonita no sentido futil e exterior da palavra, inveja as que possuem os ephemeros encantos de que foi desherdada, e não percebe que a belleza interior é aquella cuja gloriosa conquista, accessivel para todos, lhe podia dar a realeza e o predominio.

O Bom Deus que proteje a innocencia, De quem são nossos cantos de amor; Desherdada é sómente a existencia, Do infeliz que descrê do Senhor! Quem virá ser-nos pae na orphandade? Consolar nossos dias de dor? Circundar-nos depois noutra edade, De delicias, de sonhos, de amor?

O bom Deus que proteje a innocencia, De quem são nossos cantos de amor; Desherdada é sómente a existencia, Do infeliz que descrê do Senhor! E esse affecto ideal que illumina O existir de um reflexo do ceo, Que a soffrer e que a amar nos ensina, Quem no peito materno o accendeu?

O Bom Deus que proteje a innocencia, De quem são nossos cantos de amor; Desherdada é sómente a existencia, Do infeliz que descrê do Senhor! Mas nós crêmos, sentimos, amâmos, A Deus grande na terra e nos ceos, E do intimo da alma exclamâmos: Gloria a Deus! Gloria a Deus! Gloria a Deus!

O Bom Deus que proteje a innocencia, De quem são nossos cantos de amor; Desherdada é sómente a existencia, Do infeliz que descrê do Senhor! Onde o bem? Onde o mal? nós no mundo Como iremos a vida encontrar? Neste valle enredado e profundo Quem nos ha de o caminho apontar?