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A misanthropia de Mr. Morlays, azedada com o escandalo de Manoel Quentino, folgou com a vingança que tomára. D'ahi por diante todos somente suspiravam por se levantar da mesa. Mr. Brains foi o primeiro, que ousou fazel-o. Á indole jovial do Democrito inglez repugnava a atmosphera pesada que estava respirando alli. Mr. Morlays imitou-o.

Quem ha que veja aquelle, que tão clara Teve a vida, qu'em tudo por perfeito O proprio Momo ás gentes o julgára, Inda quando lhe visse aberto o peito, Se a Fortuna, ao bom somente avara, O reprime, e lhe nega seu direito, Que lhe não fique o peito congelado, Por mais e mais que seja exprimentado? Democrito dos deoses proferia Que erão sós dous; a Pena, e o Beneficio.

Charles! disse Jenny, em tom reprehensivo. E para cumulo dos males proseguiu Carlos estar sempre debaixo da permanente ameaça de uma visita do spleen de Mr. Morlays ou da, não menos para temer, jovialidade de Mr. Brains, Heraclito, e Democrito, inglezes que o sabor nacional tornou mais difficeis de digerir ainda, do que os proprios philosophos gregos.

Neste novo embaraço, rindo-se como Democrito, da loucura e extravagancia dos homens, recorreo Luis de Camões ao Viso-Rei, dirigindo-lhe aquelle jocoso requerimento, que anda entre as suas Rimas; e teve por despacho a soltura.

Surgiu a poesia para que nas trevas de um mundo que ri de tudo como Democrito, que tudo amesquinha, brilhasse uma luz que de vêl-a a alma se purificasse e o espirito adejasse para o ideal. Não chamem á poesia trivialidade. Estudem os seculos; contemplem as nações e digam se a poesia teve ou não extraordinaria influencia nos grandes acontecimentos sociaes.

«Não riram assim Democrito, Aristophanes, Esopo, Petronio, Aretino, Gil Vicente, Erasmo, Sterne, Rabelais, Charron, Molière, Voltaire, Tolentino, Byron, Heine. «D'estes, alguns, senão todos, riram dos homens e dos Deuses. «E o ultimo nome que cerra a phalange consubstancia todas as calamidades comprehensiveis, desde o jazer do paralytico cego, até á theophobia, o horror de Deus.

Cheio de assombro, e maravilha fito Na imagem de Demócrito meus olhos; Abdera o vio nascer, e a mente excelsa Na grande esfera da sciencia entranha. Vejo a par delle Heraclito, que chora Ao triste aspecto da miseria humana, Em quanto aquelle no incessante rizo Com soberba indiscreta o Mundo insulta: Ambos no excesso opposto hum erro abrange.

Segredo algum será da phantasia, De qu'eu achar não posso claro indicio. Que se ambos vem por não cuidada via A quem os não merece, he grande vício Em deoses sem-justiça e sem-razão. Mas Democrito o disse, e Paulo não. Dir-me-heis, que s'este estranho desconcêrto Novamente no mundo se mostrasse, Que por livre que fosse e mui experto, Não era d'espantar se m'espantasse.

Tu, o homem piegas e choramingas de outr'ora, o Heraclito provinciano, a quem nada podia distrair, a não ser uma ou outra pagina do milagroso Werther, appareces-me agora transformado em Democrito feliz e folgasão, catechisando estes corações rebeldes ao teu dominio e absoluto imperio?!... Isso é uma longa historia, meu amigo, que para aqui não vem a proposito.

Riram as duas senhoras da facecia expressada com seriedade despretenciosa; mas o commendador que entreviu no dizer engraçado uma indirecta censura ao genro, murmurou: Democrito dizia eternas verdades, rindo. Não me foros de philosopho, meu bom amigo volveu o deputado, atinando com o intuito do velho.

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