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Emfim, o retrato da bellissima Auristela feito em Lisboa por um pintor portuguez, foi por outro pintor comprado em França e d'alli transportado á Hespanha. Na Viagem do Parnaso, canto IV, depois de descrever o autor a deidade que personifica a Poesia, e de dizer que o Sul lhe brinda perolas, Sabea perfumes, o Tiber ouro, e Hibla suavidade, continúa: «Galas Milan, y lusitania amores

Senta-se: pega da penna, e o coração distilla por ella este fragmento de madrigal, que, a meu vêr, foi o ultimo que o sincero amor suggeriu em peito portuguez: Senhora de grão primor, Meu amor, Formosissima deidade, Arde meu peito em saudade, Quem fui hontem, não sou hoje; Minha alegria me foge, Se vos olho.

E o Deos que foy num tempo corpo humano, E por virtude da erua poderoſa Foy conuertido em pexe, & deſte dano Lhe reſultou deidade glorioſa, Inda vinha chorando o feio engano, Que Circes tinha vſado coa fermoſa Scylla, que elle ama, desta ſendo amado Que a mais obriga amor mal empregado.

Entretanto, no meio da minha allucinação vaidosa, nunca me desamparou de todo o previdente instincto da dignidade; as minhas paginas confessavam, sim, o amor; amor profundo, amor immenso; mas este amor immenso e profundo, qual eu o emprestára á Nympha aerea dos montes, qual eu proprio o tributára á deidade phantastica da Primavera, e qual mulher nenhuma deixaria de o colher com avidez, se o encontrasse, apparecia aqui como um rico fructo do paraizo, ainda pendente no ramo, maduro, proximo a despegar-se, baloiçando-se a um lado e a outro, indeciso para onde haveria de cahir; era, na realidade, como fôra na fabula o ramo de oiro, passaporte para os campos ditosos de além mundo, mysterioso ramo que ninguem por força, nem por fraude, esgalharia da arvore, mas que por si se deixava tomar da mão chamada pelos destinos para o haver.

Elle, sacerdote do amor, erigira-lhe altar e idolatrára; depois, esfriado o fervor, apeára o idolo, e assentará sobre a peanha profanada a deidade nova, com resplendor de seducçoens infames.

Aquelles que nem a tiro se lhes abre a cachimonia, assignam versos roubados com toda a sem ceremonia! Não fazem questão de auctor... querem provar seu amor á deidade que os inspira? vão direitos á estante, e d'ali por um instante geme e canta a alheia lyra.

24 E o Deus que foi num tempo corpo humano, E por virtude da erva poderosa Foi convertido em peixe, e deste dano Lhe resultou deidade gloriosa, Inda vinha chorando o feio engano Que Circe tinha usado com a formosa Cila, que ele ama, desta sendo amado, Que a mais obriga amor mal empregado.

Seu manto desdobrava a Noite escura, E a no charco, o Lobo na espessura Vociferando, os ares atroavão; Do trabalho diurno cessavão Os rudes, vigorosos Camponezes: O Vaqueiro, cantando atraz das Rezes, Após as Cabras o Pastor cantando, Hião para as Malhadas caminhando, Tudo jazia em paz, menos o triste, O desgraçado Elmano, a quem feriste, Oh pernicioso Amor, cruel Deidade, Flagélo da infeliz Humanidade: Tudo, emfim, descançava, excepto Elmano, Que a mão do Fado, universal Tyranno, Sentia sobre si descarregada; Que, longe da Paterna Choça amada, Dependente vivia em Lar estranho, Sendo os desgostos seus o seu rebanho.

Eu teria valor, se a offendesse, Para vella morrer, sem que eu moresse? Não, não teria tanta impiedade, Que vendo cahir morta hume Deidade, Não me sahisse deste insano peito? O duro coração de dor desfeito. Nem mais contemplar quero tal desgraça, Que parece, que o Ceo me ameaça, Que a terra vejo abrir, que comigo Se abate, e me confunde por castigo. Ah!

Isto vae de galhofa; mas eu tenho sincera pena da nossa pobre prima. Desculpo-te, porque és homem, porque amas outra mulher, e porque esta realmente, deve pouco á formosura e graças. Não sou de ambages: digo o que sinto. Contou-me o primo Gastão de Villarandêlho que te vira em S. Carlos, e comtigo no camarote uma deidade arrebatadora.

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