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Oh, dos velhos tempos!... Oh, santos patriarchas de täo varios paizes e täo differentes seitas, tenazes campeöes, que fostes incutindo nos simples a crença, a esperança, o amor, balsamos consoladores das duras miserias d'este mundo, como eu vos amo, a todos!... Meus piedosos pensamentos elevam-se n'este momento a Darumá.

Consta que, por voluntaria desistencia das ephemeras alegrias terreaes, Darumá votou-se a passar a vida de joelhos sobre o solo pedregoso, absorto em contemplaçöes mysticas, sem mesmo permittir-se o simples regalo de dormir.

Deve ainda saber-se que Darumá tem dado assumpto, desde remotos tempos até hoje, a pintores da mais alta valia; Hokusai foi um d'elles, pintando um famoso Darumá sobre uma folha de papel de cerca de duzentos metros quadrados de grandeza, empregando oitenta litros de tinta no desenho e servindo-se de cinco vassouras á laia de pinceis; estendida a tela sobre o campo, no telhado de um templo a turba admirava a obra e applaudia o mestre.

Segundo a tradiçäo da gente japoneza, Darumá, o grande apostolo indiano do buddhismo, veio á China ahi pelo começo do seculo VI da nossa era christä, e em terras chinezas prégou em honra da verdade, illuminando o espirito dos povos.

Hokusai, em 1804, durante certa festividade n'um templo, manda estender no solo uma folha de papel de cerca de duzentos metros quadrados de grandeza; vem mais um barril com agua, outro barril com tinta preta, uns oitenta litros d'ella, e mais duas enormes vassouras e tres vassouras mais pequenas; entra o mestre, empunha uma vassoura embebida na tinta, traça sobre o papel curvas gigantes; no fim de alguns minutos termina a sua obra, que é comprehendida quando alguns dos milhares dos assistentes se lembram de galgar ao telhado do templo: a distancia e do alto, o immenso quadro representa um admiravel busto de Daruma, o grande apostolo buddhista.

Mas voltêmos ao que aqui mais nos interessa, respeitante ao venerando vulto que invoquei, ajoelhado sobre as pedras. Consta mais que, em certa noite, as palpebras se lhe cerraram de fadiga, e o bom Darumá deixou-se adormecer, para acordar pela manhä.