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Luiz suspeitou a inutilidade dos seus cuidados em esconder de sua mulher o escandalo, que dava a todo o mundo, galardoando-se d'elle, e guardando-se apenas d'ella. Na incerteza, convidou carinhosamente Marianna a continuarem a sua viagem. A desgraçada, apegando-se ao derradeiro fio da esperança, imaginou que a dançarina ficaria em Madrid.

D. Marianna, se podésse rehavêl-a uma hora depois, sustaria o seu desesperado projecto de fuga. A infeliz illudira-se. O coração d'esta mulher não deixára sahir o amor pelas feridas das incessantes punhaladas. Luiz da Cunha, o homem de um anno antes, imaginára-o ella sob a influencia de algum diabolico prestigio da dançarina. Não podia conceber semelhante mudança!

Á maneira do coração, a dançarina resolveu fazer tambem uma pirueta na primeira occasião. A occasião veio-lhe ao encontro dos desejos. Um conde austriaco hospedára-se no mesmo hotel em Roma. O locandeiro tinha poderes discricionarios para convencer a moça. A proposta foi aceita, estipuladas as condições, e Carlota desappareceu com o conde na estrada que devia conduzil-a a Paris.

O soldado de chumbo estava perfilado, allumiado por um clarão sinistro, e soffrendo um calor terrivel. Todas as côres lhe tinham desapparecido, sem que se podesse dizer, se era por causa das suas viagens, ou por causa dos seus desgostos. Continuava a olhar para a dançarina, que tambem olhava para elle. Sentia-se derreter, mas, sempre intrepido, conservava a espingarda ao hombro.

De repente abriu-se uma porta, o vento arremeçou a dançarina ao fogão para junto do soldado, que desappareceu no meio das lavaredas. O soldado de chumbo, não era mais que uma pequena massa informe.

A ancia de sahir restabeleceu-a, e partiram; mas, ao dar o ultimo adeus á dama portugueza, disse-lhe esta ao ouvido: Se vão para Paris, saiba minha amiga, que a dançarina para partiu ha dous dias. Não vamos para Paris... dizia, depois, Marianna a seu marido. Porque, minha filha? Porque receio a epidemia. Sou informado de que não ha peste em Paris. Ha, ha... Como sabes que ha?!

Então prelados astutos, com experiencia catholica, deram-me um conselho subtil captar a benevolencia de Nossa Senhora das Dores com presentes, flôres, brocados e joias, como se quizesse alcançar os favores d'Aspasia: e á maneira d'um banqueiro obeso, que obtem as complacencias d'uma dançarina dando-lhe um Cottage entre arvores eu, por uma suggestão sacerdotal, tentei peitar a dôce Mãi dos Homens, erguendo-lhe uma cathedral toda de marmore branco.

Ah! vossemecê viu-os? Pois bem! quer que eu lhe diga? não faço grande conceito d'aquella gente. A pequena é uma magrizela, tem cara de fuinha; o rapaz tem umas grandes bochechas, mas parece aparvalhado! é que lhe teem batido de mais. A rapariga maior parece um tambor mór; é bonita, mas faz-me o effeito d'uma dançarina de feira, com a sua saia curta, e cabello mal penteado. Este pobre pequeno, é talvez uma criança furtada? Pois não! tem-se visto. E é bonito apezar do fato ser feio. Ah! se é d'elles, não ares da familia.

Quando, pois, D. Marianna, cheia de jubilo, sahia para Cadiz, a dançarina, nomeando-se Julia Lamotte, chegava a Veneza, e isolava-se n'um hotel, sacrificando a publicidade, que tão grata lhe era, á prestação annual de sessenta mil francos, dos quaes apenas recebêra em Madrid cinco mil.

O filho do senhor de Valneige achou-se muito feliz por poder comer os sobejos d'uma pobre dançarina de feira. De mais, este pão não era o pão da miseria, era o pão da amizade. Quando chegaram ao campo, Gella viu que as pernas de Adalberto fraquejavam.

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