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Aqui me achei gastando huns tristes dias, Tristes, forçados, maos e solitarios, De trabalho, de dor, e d'ira cheios: Não tendo tãosomente por contrarios A vida, o sol ardente, as ágoas frias, Os ares grossos, férvidos e feios, Mas os meus pensamentos, que são meios Para enganar a propria natureza, Tambem vi contra mi; Trazendo-me á memoria Alguma ja passada e breve gloria, Qu'eu ja no mundo vi, quando vivi; Por me dobrar dos males a aspereza; Por mostrar-me que havia No mundo muitas horas d'alegria.

Eu desprézo por ti muitos pastores, E tu por Galatêa me desprezas! Tal pago dás, cruel, a meus amores? Em que te mereci tantas cruezas, Quantas usas comigo? Por ventura Usei comtigo d'ira, ou d'asperezas? Prouvera a Deos que tão isenta e dura Me víras para ti, que nunca víras Em mi sinal d'amor, ou de brandura!

ALCIDO. Como cantarei eu novas cantigas Em terra tão esteril, cheia d'ira, Que nega flores, e que nega espigas? A Amarilia pintei, pintada trago-a Aqui neste meu seio, e tambem chora: Seus olhos me dão fogo, os meus dão-lhe ágoa. Mas vejo vir Galasio. DELIO. Venha embora. Galasio, queres tu cantar comigo? GALASIO. Eu nunca me roguei: menos agora.

Por quem fui eu um forte, «e o peito despi aos turbilhões da Sorte? «Por quem quebrei, venci, queimei os baluartes, desdobrando na praça, á Plebe, os estandartes «comendo o negro pão nos solos estrangeiros? «Onde estaes, onde estaes, meus velhos companheiros, «com os quaes eu clamei no val e na montanha, «cheio d'ancia, desdem, de ardor, e d'ira extranha, «prégando o Verbo Novo ás multidões sagradas? «Por quem fiz eu da penna o exemplo das espadas?

Em qual terra, ó crueis, em qual cidade, Entre quaes gentes mais a furor dadas, Se não usou d'amor e de piedade Com formosas donzellas desarmadas? Como belleza tanta e tal idade Vos deixou arrancar vossas espadas? Ah lobos carniceiros, tigres bravos, Filhos da crueldade, d'ira escravos!

Gentil Senhora, se a Fortuna imiga, Que contra mi com todo o Ceo conspira, Os olhos meus de ver os vossos tira, Porque em mais graves casos me persiga; Comigo levo esta alma, que se obriga Na mor pressa de mar, de fogo, e d'íra, A dar-vos a memoria, que suspira por fazer comvosco eterna liga.

Emfim, de todas as virtudes foi ornado este grande homem; e a que nelle mais sobresahia, era um extremoso e desinteressado amor de patria, que da maneira mais evidente se manifestou em todo o discurso da sua trabalhosa vida, e nos ultimos momentos della, como lampada moribunda, inda despedio de si maior clarão: pois ja nos parocismos da morte, passando em resenha todas as suas acções, parece que nenhuma outra mágoa sentia, senão a de haver soltado n'um transporte d'ira aquellas palavras: Ingrata patria, não possuirás meus ossos.

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