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Deixo outras obras vãas do vulgo errado, A quem não ha ninguem que contradiga, Nem de outra cousa alguma he governado, Que d'huma opinião e usança antiga. Mas pergunto ora a Cesar esforçado, Ora a Platão divino, que me diga, Este das muitas terras em que andou, Aquelle de vencê-las, que alcançou?

Oh quanto o mor saber te cede humano, Por mais que de razões mais ornado! Ja dos idolos deixa o cego engano O Principe, da virgem namorado; Ja terno pede ao pae quanto ella pede; Ja o pae quanto lhe roga lhe concede. Ja para ti, ó virgem bella e branda, Com huma singular velocidade, Juntar se via d'huma e d'outra banda De feminil nobreza tenra idade.

Pouco a pouco se veio descobrindo O mal d'huma esperança vãa e incerta, Que me deixou chorando, e foi-se rindo. Quem nasce sem ventura, ou quem acerta De fazer fundamento em peito alheio, De mil contas que faz nenhuma he certa. DELIO. Pois se isso entendes tu, donde te veio Sentir tão de verdade as sem-razões, Não sendo d'outra cousa o mundo cheio?

Oh cruel! até quando Ha de durar em ti tal pensamento, E a vida em mi, que soffre tal tormento? FRONDOSO. Fugiste d'hum amor tão conhecido, Fugiste d'huma tão clara e firme; E seguiste a quem nunca conheceste, Não por fugir d'amor, mas por fugir-me; Pois bem vês, quanto eu tinha merecido Esse amor que tu a outro concedeste.

Despois que o leve barco ao duro remo, Onde menos das ondas se temia, Atou o pescador pobre Palemo; Em quanto as negras redes estendia Seu companheiro Alcão na branca arêa, E Lico as longas cordas envolvia; De cima d'huma rocha, a qual rodêa O mar, quebrando nella de contino, Começou a chamar por Galatêa.

Da vibora he verdadeiro, Se a consorte vai buscar, Qu'em se querendo juntar, Deixa a peçonha primeiro, Porque lh'impede o gerar. Assi quando m'apresento Á vossa vista inhumana, A peçonha do tormento Deixo á parte, porque dana Tamanho contentamento. Querendo Amor sustentar-se, Fez huma vontade esquiva D'huma estatua namorar-se: Despois, por manifestar-se, Converteo-a em mulher viva.

De quem m'irei eu queixando, Ou quem direi que m'engana Se vou seguindo e buscando Huma imagem, que d'humana Em pedra se vai tornando? D'huma fonte se sabía, Da qual certo se provava Que quem sôbre ella jurava, Se falsidade dizia, Dos olhos logo cegava. Vós, que minha liberdade, Senhora, tyrannizais, Injustamente mandais, Quando vos fallo verdade, Que vos não possa ver mais.

Da Geometria nas valentes azas Nunca tentado despregaste hum vôo, E d'huma esfera n'outra esfera foste Viver entre mil soes sem deslumbtar-te; tu foste encontrar, de revélas Lei q' a hum centro commum chama os Planetas; E a lei com que do centro os astros fogem. O móto desigual da argentea Lua A teus profundos calculos sugeitas.

Escala harmoniosa! Eis della em torno D'huma composta côr listões s'estendem, Que outros compostos gradativos formão, Que adornos são do Mausoléo soberbo: E, n'hum Rubim profundamente expressas, Estas palavras portentosas erão: "Com suas Leis a vasta Natureza Immersa estava em tenebrosa noite; Surge, ó Newton, bradava a voz do Eterno; Nasceo Newton no Mundo, e nasce o dia."

Mas se o sereno Ceo me concedêra Qualquer quieto, humilde e doce estado, Onde com minhas Musas vivêra, Sem ver-me em terra alheia degradado; E alli outrem ninguem me conhecêra, Nem eu conhecêra outro mais honrado, Senão a vós, tambem como eu contente; Que bem sei que o serieis facilmente: E ao longo d'huma clara e pura fonte, Qu'em borbulhas nascendo, convidasse Ao doce passarinho, que nos conte Quem da chara consorte o apartasse; Despois, cobrindo a neve o verde monte, Ao gasalhado o frio nos levasse, Avivando o juizo ao doce estudo, Mais certo manjar d'alma, emfim, que tudo.

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