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Deixas passar hum gôsto d'anno em ano, Porque, com nosso opprobrio e tua gloria, Nos faças mais patente o teu engano. Sempre assi vai comtigo a mor victoria, Deixando-nos somente por herança D'hum possuido bem triste memoria. Quem faz de ti alguma confiança, Sabendo ja que quem de ti confia, D'hum engano penoso emfim se alcança?

Ella enriquece a Terra, e a vejo em tantas Tão varias producções na especie eternas: D'alta grandeza sua eu sinto a prova No fundo abysmo dos extensos mares, Nos Ceos immensos, na pezada Terra Seu Divino saber, tremendo adoro N'alma belleza dos mortaes objectos, Nas leis eternas dos celestes corpos Os caracteres luminosos vejo D'hum Concelho immortal que rege o Todo, Na exacta proporção dos fins, dos meios, Que do visivel Mundo o quadro ostenta Tudo, tudo me diz qu'hum Deos preside Monarcha immenso de infinito Imperio.

Nesta 'spessura longo tempo amei: Se m'enganei com quem do peito amava, Não me pezava de ser enganada. Fui salteada, emfim, d'hum pensamento, Que hum movimento tinha casto e são. Conversação foi fonte dest'engano Que, por meu dano, entrou com falsa côr. Porque o amor na Nympha, que he segura, Entra em figura de vontade honesta. Mas que me presta agora dar desculpa?

O rouxinol na vara, que vestida De verdes folhas, sombra faz ao rio, Lhe canta o doce verso sem medida. Agora ao d'hum alamo sombrio como dous carneiros s'offerecem, Os cornos inclinando, a desafio. Como ao que vence todos obedecem E folgão de o ver fóra de perigo; E outros com face esquiva o aborrecem.

Que quando estas damas tais Me cachão, então recacho. Mas disto agora mais. Quero-me ir daqui ao cais Ver se algumas novas acho. Jupiter e Mercurio. Oh grande e alto destino! Oh potencia tão profana! Que a setta d'hum menino Faça que meu ser divino Se perca por cousa humana!

Sempre os teus olhos estão, Camilla, d'ágoas banhados. De se verem desamados Póde ser que chorarão. Si, mas crescem os abrolhos, E tu cegas por Cincero. S'eu não vejo quem mais quero, Para que quero mais olhos? Se se foi ha mais d'hum mês, Teus olhos não cansarão? Não, que apos elle se vão Estas lagrimas que vês. Fazem logo estes abrolhos O mato espinhoso e fero.

donde a errada e cega Monarchia De fabulosas leis está vivendo, E á fôrça d'hum amor engrandecia O nefando Alcorão em qu'está crendo; donde nada val a Poesia, E s'está da lei della escarnecendo; donde a fidalguia Mahometana Cuida qu'um nome vão a Deos engana. Ás portas da cobiça e da vileza Estes netos de Agar estão sentados Em bancos de torpissima riqueza, Todos de tyrannia marchetados.

Colloquio amigo, que entre os Dois resôa, Par não soffre em ternura, em energia, He d'hum Cysne expirante a melodia, He a fraze efficaz d'hum Deos, que trôa: Consagrados eis são Mortal, e Immenso; Fogem subito ao pacto renovado lida, torpe invéja, e morbo intenso! Rasgou-se o véo do nubilo teu Fado; Dás fragil myrrha por eterno incenso, D'Home és Nume, de Vate és invocado. De Santos e Silva.

Vivem em hum Mundo, e frequentão sociedades onde os serios, e verdadeiros pensadores, não são mui aplaudidos: de outro lado elles querem sobresahir ao vulgo, e parecer homens, ainda entre os doutos, d'hum pensar profundo.

A vós se dem, a quem junto se ha dado Brandura, mansidão, engenho e arte, D'hum esprito divino acompanhado, Dos sobrehumanos hum em toda parte: Em vós as graças todas se hão juntado; De vós em outras partes se reparte. Sois claro raio, sois ardente chama; Gloria e louvor do tempo, azas da fama.