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Tem palacios na sombra e fazem-lhe um thesouro Maior do que o dos reis; adora as solidões: Não uza d'espadim; não traz esporas d'ouro; Mas vive como os reis das grandes corrupções! Flôres sentimentaes! tremei do paladino, Do velho D. Juan, feroz conquistador, A quem da vossa bocca um halito divino, Em vida, faz fugir talvez cheio d'horror;

Abeirando-se da caverna: Sem saber onde estou, a estremecer d'horror, Esfarrapado, ardendo em febre, sem vigor, Ouvindo sempre ao longe uns gritos de tortura, Venho enterrar-me aqui, na treva da amargura, Onde encontro por fim, núas e desgrenhadas, A Consciencia a chorar, a Infamia ás gargalhadas! Ri convulso, com a cabeça entre as mãos. E o écho da caverna responde-lhe longamente...

D'aquelle de quem falo, as socegadas lousas Podiam-vos contar as violações brutaes! A gula com que morde as mais sagradas cousas D'horror faz recuar os trémulos chacaes. Não descanta á viola, á noite, os seus enleios: Elle vive na sombra e eu sei também que vós, Gentis bellezas d'hoje, ó astros dos Passeios, Lhe não lançaes, a furto, a escada de retroz.

No Infinito mudo tua ingenua crença, Tremula ceguinha de risonho alvor, Eil-a andando, andando, como que suspensa, Pelos descampados d'uma noite imensa, Vastidões d'assombros, amplidões d'horror!... E onde a aguia, o genio de pupila ovante, Tem vertigens, auras, desfalece e cae, A ceguinha debil, vagabunda, errante, D'olhos ás escuras. Infinito adiante, N'um enlevo aereo perpassando vae!...

Não lhe custaria tanto se ella continuasse a barafustar, a fazer um alarido de prantos; isso seria uma prova séria de amor, em que a sua vaidade se banharia deliciosamente; mas aquella aceitação do escrevente agora, sem repugnancia e sem gestos d'horror, indignava-o como uma traição. Viera a suspeitar que a ella no fundo não lhe desagradava a mudança.

D. Leonor continua todavia a ficar de joelhos, a pedir não que lhe deixem a vida, porque esta ella sabe que está salva; mas que a soltem: que lhe permitiam sair d'aquelle logar d'horror. Sublime hypocrisia que encubriu o animo damnado com a mascara do susto. Recusam-lho: então a cholera trasborda do peito d'essa mulher que é um abysmo de maldade.

Interrogae o vil hipocrita, que ao passo Que era meigo e humilde, em fraternal abraço, Tratava de roer, silenciosamente, As bases do colosso athletico e indiff'rente, Que afinal, certa noite, ao despertar d'um sonho, No abismo tombou com fragor tão medonho, Que as Estrellas, ouvindo aquelle enorme grito, Sentiram-se tremer d'horror no Infinito!

Na minha anciedade de chegar, pareceu-me que a luz se afastava! Gritei doudamente, e as cavernas da terra repercutiam o grito que me chegava sinistramente aos ouvidos. Sentia que se me esgotavam as forças, e confesso-te que me senti repassado d'horror. Mas a luz ainda estava: logo, o seu afastamento era uma illusão das minhas faculdades.