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Carta do snr. Alexandre da Conceição ao author Ill.mo amigo. Na ultima das suas Cartas do Inverno , nas quaes o meu amigo tratou, com a sua habitual delicadesa d'estylo, a interessante questão do temperamento d'alguns dos nossos mais populares escriptores, vem uns piparotes á mathematica e aos mathematicos que eu não posso deixar passar sem reparos. Saio pela honra do meu convento.

Ha no sr. Pércheiro uma individualidade nobre e digna de respeito; o seu livro não é, como dissemos, um livro d'estylo, é um livro de factos; conta-nos o triste estado dos portuguezes no Pará, documenta e prova o que diz; o seu livro é uma lição para Portugal, devia ser um desengano para os illudidos que vêem no Brazil uma nova terra da promissão.

E nós, nós que fazemos tractados, cujo resultado, se fosse possivel tê-lo, seria grangeiar para os romancistas, para os poetas, para os especuladores litterarios da França mais uma noite de orgias, ou os meios de dar mais uma vez por anno verniz nas suas carruagens, sorrimo-nos das faltas grammaticaes, das incorrecções d'estylo, dos erros de sciencia dos pobres desvalidos, que nasceram como nós nesta terra, sem nos lembrarmos de que no seu balbuciar litterario lhes serve frequentemente de musa a urgente necessidade, quando não a miseria!

E todavia ha n'esse acto um monologo, artificial como reconstituição historica, porém habilmente instrumentado como crescendo d'estylo. Ah, reparaste? disse o outro animando-se. Estragou-m'o ella. Imagina que acaba de me passar uma sarabanda em fórma, de me vêr frio no fim do segundo acto. Sabe que me faz doido de desejos, abusa d'esta fraqueza, e dia por dia, hora por hora, me tortura.