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Eu sei, eu vejo do meu quarto: havendo sol é bello: é tudo d'oiro e verde. Sei que ha arvores, o mar, rios, mas nunca ninguem os viu ao ... Perdão! mas muita gente... O amigo confunde! Na minha pobre cabeça tudo se confunde. Sempre sonhar, sempre sonhar! Eu por mim estou farto de nuvens! E que querem que faça, se eu não sei mais nada? Nem me sei rir, nem sei falar...

Quantos? perguntou servilmente o homem. Todos! respondi, com brutalidade. Á porta, uma pobre toda de luto, com o filho encolhido ao seio, estendeu-me a mão transparente. Incommodava-me procurar os trocos de cobre por entre os meus punhados d'oiro. Repelli-a, impaciente: e, de chapéo sobre o olho, encarei friamente a turba.

E a marqueza, risonha e córada, protestava a rir-se: Olha que me despenteias! Que importa? Que importa? Estás melhor assim... Agora este ramo para o peito... Mais estas... Um grande ramo... Como estás linda; oiro e lilaz! E o teu cabello é d'oiro. O papá vae ficar encantado quando te vir assim... Subiram, ainda a rir-se. André deu-lhe o braço e foram, quasi a correr.

Saiamos; rompe a aurora. A burguezia dorme, Como a giboia enorme Que resona, depois de devorar um toiro; Ó giboia feliz, ó burguezia, ò pança, Dorme com segurança Que a forca está de guarda aos teus bezerros d'oiro.

E ardam astros d'oiro, ou ardam castanheiros, No Infinito imenso ou n'um tugurio assim, Fica a mesma cinza d'esses dois braseiros, Atomos errantes, sonhos vãos, argueiros Na inconsciencia calma da amplidão sem fim!...

Ninguem tinha tambem tunicas mais brilhantes, mais braceletes d'oiro e o olhar d'um firme franco! Os peitos virginaes batiam soluçantes ante o seu busto altivo e o seu pescoço branco.

Luas d'oiro se embebedam, Rainhas desfolham lirios; Contorcionam-se cirios, Enclavinham-se delirios. Listas de som enveredam... Virgulam-se aspas em vozes, Letras de fogo e punhais; Ha missas e bacanais, Execuções capitais, Regressos, apoteoses. Silvam madeixas ondeantes, Pungem labios esmagados, Ha corpos emmaranhados, Seios mordidos, golfados, Sexos mortos d'anseantes...

Vendem-se a peso d'oiro as languidas donzellas, Mais torpes que as cadellas, Que ao menos dão de graça o libertino amor, E o Dever, a Saude, o Justo, o Verdadeiro, Esses ricos metaes fundem-se no brazeiro D'um sensualismo espresso, atroz, devorador.

Elle, mais simples e mais são, prefere as largas estradas batidas de sol, em que a luz é intensa e fulgurante, em que as arvores parecem uma renda phantastica polvilhada de scentelhas d'oiro.

Não é isto subordinar o universo ao homem? Se a vida tem um fim é viver. Viver, deixar que cumpramos o fim para que fomos nascidos. Isto é logico, inevitavel, maior decerto do que o que suppomos, mais bello, mas cêdo ainda para se entrever. O homem é uma fonte onde a vida corre limpida ou turva, n'um fio que a emoção torna d'oiro ou n'um jacto negro de colera.