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Uma rapariga innocente guarda tão santas no coração as idéas do bem, que não póde crêr-se victima jámais do homem a quem se entrega com amor, com mil vontades de o fazer feliz, com as veias abertas para lhe dar o seu sangue, contente da sua pureza para o galardoar com ella, anciosa por sacrificar-lhe a vida, e ficar ainda na obrigação de maiores sacrificios. O meu descredito, diz o senhor!

Os Turcos dizem que a rosa nasceu do suor de Mahomet, os Indianos fazem-a apparecer de um sorriso da voluptuosidade, segundo Galiano é filha do orvalho, e a crêr-se no que affirma Justin de Mieckow brotou do suor de uma mulher chamada Jone, suor que por um phenomeno singular era branco de manhã e vermelho ao meio dia. D'ahi as rosas brancas e as vermelhas.

Tendo rodeado o Cabo, foi arrojado pelos temporaes para as latitudes pacificas, e tão proximo d'esta terra que para alli foi encaminhado pelo vôo dos pássaros. Outro ponto que merece ser conhecido, a recusa da tripulação de proseguir até á India Oriental, difficilmente póde crer-se que tivesse logar, a estarem tanto ávante para o nascente como a Nova Hollanda

Como o nosso arabista precisava de mostrar a sua pobre erudição, fez pouco mais ou menos este raciocinio: «o auctor da Historia de Portugal denomina os principes almoravides lamtunenses; eu digo-lhe, ex auctoritate qua fungor que era melhor chamar-lhes almolatamenenses»: ora como esta denominação provinha de terem os almoravides cuberto o rosto com veus de mulheres n'uma batalha, e possa crer-se um epigramma contra o seu esforço, embora elle não usasse de tal vocabulo, devia usar, para eu poder reprehendê-lo por isso; porque é uma violencia negar a um pobre escholar arabico a occasião de mostrar erudições reconditas.

Isto, porém, não impedia que fossem commentando as tristes cousas do mar; e com tanta maior liberdade, que começavam a crer-se salvos d'esses perigos, á medida que viam irem-se approximando do terrivel cabo da Africa.

Pinel, com effeito, illustrando o que elle chamava a transição da melancolia depressiva á melancolia ambiciosa, expozera em 1809 alguns casos de doentes que, tendo-se julgado por mais ou menos tempo victimas de hostilidades e de manejos criminosos, acabaram por crêr-se grandes personagens; pelo seu lado, Esquirol notára tambem desde 1838 que da hypocondria póde passar-se á lypemania e d'esta á monomania da vaidade, apresentando como exemplos alguns interessantes vesanicos primeiro hypocondriacos, depois perseguidos e por ultimo ambiciosos.

Francisco Lourenço chorou-o, como se ás lavaredas d'aquelle incendio d'alma tambem elle tivesse aquecido os embriões do seu talento. O artista não era poeta, nem tinha o parvulez de crer-se tal porque adorava Bocage. O que elle tinha era a paixão do bello, com a entranhada magua de não ter sido educado e guiado por aquelle rumo de magestosa desgraça.

Perguntava eu a mim mesmo, com o coração apertado, o que devia crer-se da vida e morte de Christo, e se era certo que elle descesse do céo, como se dizia, para assombrar os justos, desesperar os peccadores, e conturbar a razão dos fracos.

Entre os casos de Pinel ha o de um alienado que durante oito annos delirou como perseguido, crendo-se em constante imminencia de morte por envenenamento, não ingerindo senão alimentos que furtava na cosinha do asylo, e que acabou por crêr-se igual ao Creador e soberano do mundo; entre as observações de Esquirol figura a de um doente que, excessivamente inquieto sobre o seu estado de saude durante mais de dois annos, entra em seguida no caminho das perseguições, imaginando-se objecto de tentativas de envenenamento por parte da familia, e termina, decorrido um anno, por crêr-se filho de Luiz XVI. Mas, por valiosas e instructivas que sejam em si mesmas, estas observações não desempenham nos livros de Pinel e de Esquirol mais que um papel episodico e sem alcance.