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Prêso! exclamou Assucena. Sim, minha menina, prêso pela vigesima vez por causa das suas patacoadas. Não chore, creaturinha, que o senhor Luiz ha de sahir brevemente. E porque o prenderam? perguntou a criada. Porque deu umas chicotadas no visconde de Bacellar, assim como quem não quer a cousa. Assucena sentiu-se arrefecer do gêlo que começa na alma, e vem em calefrios á sensibilidade exterior.

Como tinham vivido felizes, n'uma pacata amizade inalteravel, abundante em amorosidades agradaveis e interminas! Que elle, dr. Alfredo dos Anjos, devia tratar de imital-o, para fazer a felicidade d'aquella creaturinha innocente e sem defeitos physicos ou moraes que d'aquelle dia em deante devia ser sua mulher.

E tirando da mão da outra a candeia: vocemecê pró par da creaturinha de Deus, emquanto eu alumeio ó sr. padre...

Bem sei, por demais conheço a fórma porque as ideias se ligam, até as mais contradictorias, e como um nada recorda um velho crime abafado. Mas não é isto: é do fundo do meu sêr que esta imagem irrompe, desligada, sem nexo, como um phantasma. Ás vezes estou e esquecido e um estalido atraz de mim alembra-me, outras acordo de subito, altas horas, a pensar n'essa pobre creaturinha explorada.

Estas tres personagens eram Ronquerolle, madame de la Tournelle e o medico que tratara Emilia. Eram elles que acompanhavam a querida creaturinha á ultima morada, tanto do rico como do pobre, do sabio como do ignorante, do valente como do fraco. Em volta d'elles o ruido, o movimento da grande cidade, eram de estontear.

A creaturinha delicada e deliciosa, princeza de balada d'hoje, urna de perfume, a quem me entregava como um collegial, era uma aventureira das que frequentam a Riviera no inverno, Aix no verão, Paris na primavera, e que a Sevilha viera atraz d'um clown, que no circo fazia rebentar estrépitos de gargalhadas... Ao seu morbido encanto me prendera, e atraz d'ella me fui a soluçar, flor de lameiro em que puz todo o perfume suave... Fôra nas mãos d'ella um saxe fragil como que se brinca!

A marqueza contemplava curiosamente aquella pobre moribunda e pensava que durante muitos annos a infeliz que ia morrer fôra a amante de Ronquerolle. Este, sentado aos pés do leito da pobre creaturinha sentia a mais violenta das punhaladas que pode atravessar o peito d'um homem de coração. E olhava essa figura magra, descarnada, que elle amara nos dias da sua irrequieta mocidade.

Póde ter a sciencia que quizer... Eu tambem não sou nenhuma tola... Tenho vinte annos d'experiencia... Nunca me morreu nenhuma nas mãos, senhor abbade... Sangrar em convulsões! Até causa horror!... Estava indignada. O senhor doutor tinha torturado a creaturinha. Até lhe quizera administrar chloroformio...

Adoro o Carlinhos, creia eis porque ás vezes me aterro da mulher que elle escolheu. Meu Deus, se essa creaturinha sahir ao pae! Os dentes do outro rangeram porque não casou então comigo? disse elle com frenesis na raiz dos cabellos. A viuva riu-lhe na cara. Eu? Eu? Ora, meu cunhado!

Os pulmões esphacellavam-se, o medico perdêra ja toda a esperança de salvar a terna creaturinha. Emilia tinha uma tosse constante e uma febre ardente. Não podia deixar o leito. Encostada a duas almofadas, ella tinha entretanto ainda fôrças para lêr.