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Era «um martyr de amor»; isto consolava-o, como o consolára nas suas primeiras desesperações considerar-se «uma victima das perseguições religiosas». Não era um pobre diabo banal a quem o acaso, a preguiça, a falta d'amigos, a sorte e os remendos do casaco mantêm fatalmente nas privações da dependencia: era um homem de grande coração, a quem uma catastrophe em parte amorosa e em parte politica, um drama domestico e social, forçára assim, depois de luctas heroicas, a viajar d'um a outro cartorio com um sacco de lustrina cheio d'autos.

Quem, pois, consolará gementes sombras, Que ondeam juncto a mim? Quem seu perdão da Patria implorar ousa, Seu perdão de Elohim? Eu: o christão: o trovador do exilio, Contrario em guerra crua, Mas que não sei cuspir o fel da affronta Sobre uma ossada nua. O misero pastor desceu dos montes, Abandonando o gado, Para as armas vestir, dos céus em nome, Por phariseus chamado. De um Deus de paz hypocritas ministros Os tristes enganaram: Foram elles, não nós, que estas caveiras Aos vermes consagraram. Maldicto sejas tu, monstro do inferno, Que do Senhor no templo, A virtude insultando, ao crime incitas, Dás do furor o exemplo! Sobre os restos da Patria, tu bem creste Folgar de nosso mal, E, sobre as cinzas de cidade illustre, Soltar riso infernal. Tu, no teu coração insipiente, Disseste Deus não ha! Elle existe, malvado! e nós vencemos: Treme.... que tempo é . Mas esses, cujos ossos espalhados No campo da peleja Jazem, exoram a piedade nossa; Piedoso o livre seja! Eu pedirei a paz dos inimigos, Mortos como valentes, Ao Deus nosso juiz, ao que distingue Culpados de innocentes. Perdoou, expirando, o Filho do Homem Aos seus perseguidores: Perdão, tambem, ás cinzas de infelizes! Perdão oh vencedores! Não insulteis o morto. Elle ha comprado Bem caro o esquecimento, Vencido adormecendo em morte ignobil, Sem dobre ou monumento. Que resta aos desditosos? Somno eterno, Da Patria a maldicção, A justiça de Deus, tremenda, ignota, E a humana execração. Mas nós, saibamos esquecer os odios De guerra lamentavel;

Nas suas apparições pelo parque ensinava o paradeiro de thesouros escondidos, annunciava o advento de desejados herdeiros, denunciava os culpados que compromettiam com roubos os creados fieis, e diz-se até que consolára alguns corações com indiscretas confidencias.

Pelo que, ao mesmo tempo que sua justiça encher de medo as almas, a sua bondade as consolará mediante a confiança e arrependimento. Grandes e pequenos, doutos e ignorantes, todos os peccadores serão castigados, cada qual á medida de suas culpas. Nenhuma será esquecida; mas, por isso mesmo, todas as virtudes serão lembradas.

Não mais o trovador no lar da infancia Repousará talvez: talvez sua harpa Durma pendente em solitario tronco Do pinheiro bravio, onde a desfaça O sôpro do aquilão. Ao desditoso Sonho de gloria e amor tinha emballado; Mas foi sonho, e passou, e uma existencia Nua d'encantos despregou-se ante elle. Quem o consolará? De fogo essa alma Consolo não terá, nem quer consolo.

O bom do velho ao sobresalto acorda, E as lagrymas de alguem banham-lhe a face, E o pranto é mudo; Mas breve um grito e o soluçar e os beijos E o sonho que passou e a voz do sangue Lhe dizem tudo. Não mais sob o carvalho ao velho honrado Esmoladora mão o peregrino Estenderá: Meigos lhe sorrirão extremos dias, E as suas cinzas filial gemido Consolará.

Nem hasteada cruz, consolo ao morto; Nem lagea que os proteja Do ardente sol, da noite humida e fria, Que passa e que roreja! Não! hão-de jazer no esquecimento De deshonrada morte, Emquanto, pelo tempo em desfeitos, Não os dispersa o norte. Quem, pois, consolará gementes sombras, Que ondeiam juncto a mim? Quem seu perdão da Patria implorar ousa, Seu perdão de Elohim?

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