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O chá-no-yu attingiu depois, durante a longa paz da dynastia shogunal dos Tokugawa, uma epocha de exaggeros faustuosos, de dissipaçöes paradoxaes.

As gueishas tambem se instruem em tal culto; as celebres danças primaveraes da cidade de Kyoto, conhecidas pela denominaçäo de Miyako-odori, säo sempre precedidas do chá-no-yu, em que é officiante uma das mais gentil gueishas do logar; e a multidäo acode, com devota deligencia, a saborear o perfumado chá.

Non tempos aureos do chá-no-yu o pavilhäo que recebia os hospedes era construido n'um jardin e obedecia a uma architectura inconfundivel.

No tempo do generalismo do Imperio, chamado Toyotomi Hideyoshi, mais conhecido na historia pelo grande Taiko-sama, quasi todos os genesaes eram chajin, isto é, ferventes apaixonados da ceremonia do chá-no-yu.

Com effeito, se o luxo sem limites que caracterizou o chá-no-yu dos bons tempos feudaes desappareceu para sempre com a mudança de regimen e com a mudança de costumes, continuou todovia esta elegante pratica merecendo uma alta estima. Hoje, os dois sexos a ella se dedicam, e pode affirmar-se que faz parte da boa educaçäo de uma menina, exigindo uns seis ou sete annos a sua aprendizagem.

Em 1585, o proprio Taiko-sama organisou um chá-no-yu colossal nas visinhanças de Kyoto, ainda hoje memorado como festa de inigualavel esplendor: uma extensäo de quinze kilometros quadrados era occupada por innumeros kiosques, aonde os generaes preparavam o chá; todos, nobreza e plebe, os ricos e os mendigos, um enxame humano! tinham entrada; Hideyoshi visitou todos os poisos e por suas proprias mäos proparou chä, que offereceo aos chefes favoritos.

Näo me peçam agora, a mim, profano na materia e viageiro fatigado de täo multiplices impressöes que tenho vindo colhendo por este mundo fóra, uma opiniäo pessoal sobre o chá-no-yu. A impressäo que d'aquella noite guardo é indefinida, fugidia, como de um vago sonho que tivesse.

Relembrando o passado, justamente n'um periodo de effervescencias guerreiras culminantes no Japäo, talvez pareça estranho, talvez pareça comico, que esses rudes heróis de täo grandes façanhas, os indomaveis veteranos das guerras na China e na Coréa, despissem armaduras, tirassem os dois sabres da cintura, para virem votar horas chimericas a aquecer a agua sobre brazas e a preparar o chä... Mas o contraste, por si, explica o facto: era precisamente essa dura existencia de batalhas e de lances sangrentos, de inclemencias de vida nomada, de longo cogitar em extratagemas e em argucias, que impunha aos homens dirigentes a doce tregua do chá-no-yu.

Haviam decorrido apenas uns tres dias, quando do tal sujeito recebi um bilhete, pouco mais ou menos n'estes termos: "Pode seguir para Nara, onde me encontrará. Falhou o chá-no-yu. O-Hana suicidou-se. Pesava sobre ella uma desdita igual á pobre Hichi da lenda..." Ora, eu conhecia O-Hana; e a lenda, que por signal constitue o thema de uma notavel peça de theatro, näo me era de todo estranha.

A maneira de preparar a infusäo do chá em e a arte de servil-o constituem a täo famosa cerimonia chamada do chá-no-yu. Mais tarde adoptou-se entre o povo o uso das folhas; mas o chá-no-yu persistiu nas bonzarias, propagando-se tambem nos costumes profanos, entäo com um exuberante luxo de apparato, que muito apaixonou a alta nobreza.