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Cerrou-se a noite de todo, meus meninos, e o sereno esplendor da lua branqueia-vos as rosadas faces; desperta a natureza quando adormece o homem; as flôres entreabrem os seus thuribulos; a fonte desdobra o transparente crystal das suas aguas, e as naiades chorosas entoam os seus lamentos.

Quando ella emfim morrer, verão os vivos Cortando o ar uns ais de sentimento, Como os lugubres córos dos captivos N'um triumpho, ou n'um grande saímento. Ouvir-se-hão soluços pelo vento, Elogios, ais fundos, fugitivos, Que dirão: « se vão meus lenitivos! Morreu a Espada, a Lei, Guia e Sustento!» O seu tumulo terá goivos e rosas, E vãs estatuas lividas, chorosas, E epitaphios em lugubre latim.

Então as flôres celestes Chorando saudosamente Vestiram lutuosas vestes, Feitas de seda somente. E, debruçadas nas sépalas, Choraram pranto divino Sobre o justilho de pétalas, Polvilhado de ouro fino. Deus viu-as tristes, chorosas. Nos seus ethéreos jardins, E chorou co'as suas rosas, Teve dos seus jasmins.

São sátyros estrebuchando amores, na treva; são genios lendo á luz verde dos pyrilampos a vida dos pinheiraes; são levadas chorosas da virtude dos homens e da castidade infame das donzellas; é a onda a trabalhar o granito, a estatuar Belleza; é o vento a ramalhar orações, a petalar a agua, a orchestrar a gargalhadas o Hymno do Desprezo pelas leis da Terra; é a sombra de Wagner, sob o pallio verde-escuro dos laranjaes a apontar as notas altas dos rouxinoes para dar a ultima demão ao Hymno de Amor em que vae cantar o Infinito...

Seus olhos innocentes... Conta-me os grãos segredos... Profundos das sementes!... O morto que se enterra Leva as paixões secretas?... Dize, se sob a terra, Se amam as violetas! Ouviste aves chorosas, E o mar nos seus delirios? Quem é que pinta as rosas? Quem é que veste os lyrios? viste alguma estrella? Viste uma lua nova! Abriste n'uma cella? Floriste n'uma cova?

Voltaire compungir-se-hia, e, franzindo n'um sorriso bom os feixes malignos das suas sarcasticas rugas, elle, o caustico philosopho, o livre espirito, tirando benevolo dos bolsos da sua houppelande de veludo e martas a caixa das suas pastilhas, offereceria ás potestades chorosas os bombons sacrilegos dos salões de Mesdames du Deffant e de de Lambert.

Oh quem lhe víra os olhos refulgentes Convertendo-se em fontes, e regando Aquellas faces bellas e excellentes! Quem a ouvíra com vozes ir tocando As estrellas, a quem responde o ceo, Co'os accentos dos Anjos retumbando! Quem víra quando o puro rosto ergueo A ver o Filho, que na Cruz pendia, Donde a nossa saude descendeo! Que mágoas tão chorosas que diria!

Na impia cidade Aterrada penetrei... Ai, da fera humanidade Os meus olhos desviei! Que scena! Corre nas praças Sanguinaria multidão, Como nuvem de desgraças Semeando a desolação. Cáem por terra sem vida Tenras creanças ás mil, E uma turba enfurecida Corre á matança febril, As mães pallidas, chorosas, Supplicam, pedem em vão! N'essas feras sanguinosas Não palpita um coração.

Cada manhã, quando o exercito de operarios entrava para o trabalho, era recebido no patamar da escada por uma velha que, ora em monosylabos aggressivos e phrases hostis, ora em supplicas humildes e lamentações chorosas tentava impedir-lhes a obra devastadora!

O cruciferario e os padres, á excepção do velho que dissemos, abandonaram o posto; as creanças, pousando no chão e abandonando o esquife de Ermelinda, correram a acercar-se de Magdalena, amedrontadas e chorosas. A morgadinha conservou-se junto do tumulo da mãe, olhando com serenidade para os revoltosos, mas intimamente sobresaltada.