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Não sêde amargas, ondas, mas chorae! Vaes vêr campos em flôr que te conhecem... E se a colheita se fizesse , Talvez na volta as ondas te trouxessem! Ilha da Madeira, 1899. Antes de partir Esta ilha é Portugal, mesma é a bandeira, Morrer n'esta ilha não deve custar, Mas para mim sempre é terra extrangeira, Á minha patria quero, emfim, voltar. Ilhas amadas! Ceu cheio de luas!

Vinde e chorae hum moço em tudo raro, Não de ferino dente vulnerado, Nem de risco sujeito a algum reparo: Mas de ferro imigo traspassado; Que sem duvida incerta, ou frio medo, A vida poz nas mãos de Marte irado. Tambem tu, moço Idalio, assiste quedo; Deixa de dar o venenoso mel A beber por os olhos, triste e ledo.

"E vae a minha vida no meu canto... E, fóra do meu corpo, se condensa Em Figuras viventes que me falam. "Meu canto diz aos mortos: Resurgi! E eis que eles resuscitam. Diz ás cousas Brutas; amae, chorae! E eis que elas choram.

Mostrae que os interesses da humanidade vos dirigiram ali. Contae o que presenciastes com os vossos olhos. Chorae diante d'elle. Desfazei as calumnias. Reconciliae as eternas inimizades da opulencia com a miseria, e, semelhantes aos corvos de Elias, voae á choupaninha faminta do deserto, com o pão e com a carne, que vos deu essa Providencia, que assim soubestes interessar. ¡Não tendes que dar!

Chorae, chorae, ó longos fios de agoas! Ó olhos grandes como os globos do Ar! Ah chora Anrique, chora nos meus braços O moço Poeta que te está a cantar! Choremos entre beijos, entre abraços, Tambem eu choro por te vêr chorar! Ah chora Anrique, chora, não te escondas! Tens pudor que te venham encontrar? Choram os cannaviaes, choram as ondas, os cynicos não podem chorar!...

Forçado me he gritar nestes meus males, Olhos meus: pois por vós a liberdade Perdi, de vós me queixarei, meus olhos. Chorae, meus olhos, sempre os damnos d'alma, Pois dais a liberdade a tal brandura, Que para dar mais males, mais vida. Oh triste, oh tenebroso, oh cruel dia, Amanhecido para meu damno! Pudeste-me apartar daquella vista Por quem vivia com meu mal contente?

Depois, quanto mais sabemos, Parece que mais erramos: Antes soffrer os males que nos cercam Do que ir em busca de outros que ignoramos. De Saudades vou morrendo E na morte vou pensando: Meu amôr, por que partiste, Sem me dizer até quando? Na minha boca tão linda, Ó alegrias cantae! Mas, quem se lembra d'um louco? Enchei-vos d'agua, meus olhos, Enchei-vos d'agua, chorae!

Oh Naiades! das ágoas sahi fóra; E de vós ágoa saia em mal tão forte, Pois de vê-lo tambem o monte chora. Oh Napêas! chorae a triste sorte Dos miseros pastores, a quem nega O fado por mais pena o mortal córte. Oh Dryas! vós, a quem Amor s'entrega, Tomae todo o cuidado deste pranto, Pois sabeis onde a causa delle chega.

Ouvi, rezam: sob o céu todo estrellado, «Padre-Nosso! que estás no céu, sanctificado...» Noites e dias sem parar um momento, vós me ouvis, e eu a vós e mais o vento. Que dôr é a vossa! qual será? não sei, não sei Chorae, fontes, chorae! Fontes correi, correi! Agoas, de perdão, suspiros e piedades, Ó fontes de Belem! Ó fontes de saudades!

Meus olhos, que vistes? Pois vos atrevestes, Chorae, olhos tristes, O bem que perdestes. A luz do sol pura a vós se negue; Seja noite escura, Nunca a manhãa chegue. O campo floreça, Murmurem as ágoas, Tudo me entristeça, Cresção minhas mágoas. Quizera mostrar O mal que padeço; Não lhe lugar Quem lhe deu comêço. Em tristes cuidados Passo a triste vida; Cuidados cansados, Vida aborrecida.

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