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Ia a vista pouco & pouco ſe desterra Daquelles patrios montes que ficauão, Ficaua o charo Tejo, & a freſca ſerra De Sintra, & nella os olhos ſe alongauão: Ficauanos tambem na amada terra O coração, que as magoas diyxauão, E ja deſpois que toda ſe eſcondeo Não vimos mais em fim que mar & ceo.

Qual vay dizendo: O filho a quem eu tinha So pera refrigerio, & doce emparo Desta canſada ja velhice minha, Que em choro acabarâ, penoſo & amaro: Porque me deixas, miſera & mezquinha? Porque de mi te vas, o filho charo A fazer o funereo enterramento Onde ſejas de pexes mantimento?

Não foi naquella idade d'ouro claro O firme tempo charo e excellente? Vivia então a gente moderada; Sem ser a terra arada dava pão; Sem ser cavado o chão as fructas dava; Nem águas desejava, nem quentura; Suppria então natura o necessario. Pois quem foi tão contrário a esta vida?

Ajuntou-se a caterva negra e dura, Que na Aurea Chersoneso affouta mora, Para lançar do charo ninho fóra Aquelles que mais podem que a ventura. Mas hum forte leão, com pouca gente, A multidão tão fera como necia, Destruindo castiga e torna fraca. Ó Nymphas, cantai, pois; que claramente Mais do que Leonidas fez em Grecia, O nobre Leoniz fez em Malaca.

Amor se pinta Menino, e cego: No doce emprêgo Do charo bem Não defeitos, E augmenta, quantas Bellezas tem. Nenhum dos Vates, Em teu conceito, Nutrio no peito Nescia paixão? Todas aquellas, Que vês cantadas, Forão dotadas De perfeição? Forão queridas; Porém formosas Talvez que não. Porém que importa Não valha nada Seres cantada Do teu Dirceo?

Com merces ſumptuoſas me agardece E com razoẽs me louua eſta vontade, Que a virtude louuada viue & crece, E o louuor altos caſos perſuade: A acompanharme logo ſe offerece Obrigado damor & damizade, Não menos cobiçoſo de honra & fama, O charo meu Irmão Paulo da Gama.

Deixa pois tu, formosa Cytherêa, Do gentil filho e neto de Cyniras O pranto por a morte horrida e fêa. E tu, dourado Apollo, que suspiras Por o crespo Jacintho, moço charo, Por quem a clara luz ao mundo tiras;

Que palavras tão miseras e tristes Para o ceo, para a gente espalharia! Pois que sería, Virgem, quando vistes Com fel nojoso, e com vinagre amaro Matar a sêde ao Filho que paristes? Não era este o licor suave e claro, Que para o confortar então darieis A quem vos era, mais que a vida, charo. Como, Virgem Senhora, não corrieis A dar as puras tetas ao Cordeiro, Que padecer na Cruz com sêde vieis?

Por ver se posso agora a meus cuidados Achar algum repouso, algum socêgo, Atravessando vou montes e prados. Passei as claras ágoas do Mondego, Das Lusitanas Musas charo ninho; As do Douro despois em turvo pégo. Daqui continuando meu caminho, Espero ver a casa aos ceos acceita, Na terra que da nossa aparta o Minho.

Com estas condições Ursula disse Ao charo pae, que, a ser dellas contente, Podia responder; e despedisse A proposta daquelle Rei potente: Ou porque ouvindo-as elle desistisse, Podendo-se acceitar difficilmente; Ou porque, quando as virgens concedesse, Comsigo a seu Senhor onze mil désse. Oh Divino saber, quão soberano Conselho he sempre o teu! quão remontado!